A francesa Edenred, conhecida por ser dona da gigante de benefícios Ticket e também por ter marcas no segmento de pagamentos, está expandindo a atuação no mercado de gestão de frete para transportadoras e caminhoneiros. A companhia, que há 10 anos comprou a brasileira Repom, acaba de fechar um acordo de combinação de ativos para ter 70% da PagBem.

Player mais jovem do mesmo ramo, a Pagbem foi fundada há oito anos e ocupa a terceira posição em market share. Como a Repom já era líder, a Edenred se consolida como a maior do mercado. Os detalhes da transação não foram revelados, mas não houve pagamento em caixa.

A Edenred entende que Repom e PagBem têm características complementares, e não se sobrepõem. “A clientela é parecida, mas a PagBem tem uma pegada comercial muito agressiva, uma plataforma de nuvem bem bacana e gestão de ponta a ponta na entrega, enquanto a Repom tem um ecossistema bem eficiente e digital”, afirma Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Repom, ao Pipeline.

“A ideia é unir o crescimento rápido da PagBem com a expertise da Repom”, acrescenta Douglas Pina, diretor-geral de mobilidade da Edenred Brasil. Juntas, as duas terão dois mil postos em rodovias, quatro mil clientes corporativos e mais de um milhão de caminhoneiros na base, de um mercado endereçável de cerca de três milhões de profissionais da categoria. Por ano, serão oito milhões de viagens sob administração das plataformas.

Edenred dona da Ticket e Repom passa a ter 70% da PagBem

“Trata-se de um mercado de cerca de R$ 300 bilhões, ainda pouco penetrado, com algo em torno de 10% a 15% no Brasil. Unindo forças, com duas marcas importantes e dois times muito bons, conseguimos acelerar e ganhar escala”, diz Pina. Somadas, as duas empresas terão cerca de 250 pessoas.

A Edenred, que foi assessorada pela XP na transação, tem a opção de adquirir os outros 30% da PagBem daqui a três anos. A possível aquisição, porém, não está vinculada a nenhum gatilho ou atingimento de meta.

A transação, além disso, reforça o DNA para M&As da Edenred, que tem crescido no Brasil por meio de aquisições. A Repom, por exemplo, multiplicou a sua receita por quatro ao longo dos últimos dez anos, em parte impulsionada pelas operações. A Ticket Log, maior empresa da área de mobilidade no grupo, foi também uma compra.

No mundo inteiro, o grupo tem ainda 2,5 bilhões de euros disponíveis para aquisições. No Brasil, onde a empresa tem uma área dedicada a M&As, a última foi a da Greenpass, de pedágio eletrônico, por R$ 80 milhões, em fevereiro do ano passado. E não dever parar por aí. “O apetite é bem alto e estamos olhando muita coisa. O que dá para dizer, por enquanto, é que, com a PagBem, isso vai nos permitir expandir verticalmente na nossa cadeia”, afirma Pina.

A Edenred, que globalmente faturou 2 bilhões de euros no ano passado, quer chegar à marca de 5 bilhões de euros em 2030, também impulsionada pelos M&As… leia mais em Pipeline 19/09/2023