A Synthesia, plataforma de mídia digital que permite aos usuários criar clones digitais gerados por inteligência artificial, arrecadou US$ 90 milhões (aproximadamente R$ 436,50 milhões) de investidores, incluindo a fabricante de chips Nvidia. Com isso, a empresa atinge uma avaliação de US$ 1 bilhão e torna-se um unicórnio.

O valor será usado para investir em pesquisa de IA, avançando em colaborações com as principais faculdades do mundo, como a The Entrepreneurial University (TUM), da Alemanha, e a University College London (UCL), da Inglaterra.

Conforme relatado à rede CNBC, a empresa levantou o dinheiro em uma rodada de financiamento liderada pela Accel. Outros investidores são Kleiner Perkins, GV, FirstMark Capital e MMC.

A companhia é uma das muitas na atualidade a atrair o interesse de investidores. A CNBC destaca que, na Europa, a IA generativa tem sido “um raro ponto brilhante” no mercado de tecnologia, que sofre com o declínio do financiamento e uma retração nas avaliações.

Um recente relatório da empresa de capital de risco Atomico apontou que o financiamento europeu para startups de tecnologia cairá mais de 39% este ano, passando de R$ 83 bilhões (R$ 402,5 bilhões) em 2022 para US$ 51 bilhões (R$ 247,3 bilhões).

Em relação à inteligência artificial generativa, o mesmo documento mostrou que ela respondeu por 35% do investimento total em empresas de IA e aprendizado de máquina no ano passado – foi a maior participação de todos os tempos.

Empresa que usa IA para gerar clones digitais recebe aporte de US$ 90 milhões

Facilidade na produção de vídeos

A Synthesia foi fundada em 2017 pelos pesquisadores e empreendedores Victor Riparbelli, Matthias Niessner, Steffen Tjerrild e Lourdes Agapito. Com o seu software que possibilita a criação de avatares digitais em mais de 120 idiomas diferentes, o objetivo é eliminar câmeras, microfones, atores, longas edições e outros custos do processo de produção de vídeo profissional.

“A produtividade pode ser melhorada porque você está reduzindo o custo de produção do vídeo para o de fazer um PowerPoint”, comentou Philippe Botteri, da Accel, à CNBC. “O vídeo é uma maneira muito melhor de comunicar conhecimento. Quando pensamos no potencial da empresa e na avaliação, pensamos no que ela pode retornar, [e] no caso da Synthesia, estamos apenas arranhando a superfície.”

A companhia não divulga métricas de vendas ou receita, mas afirma que tem “impulsionado consistentemente o crescimento de três dígitos”, com mais de 12 milhões de vídeos produzidos até o momento. Para os próximos meses, seu plano é aumentar o investimento na tecnologia, com foco particular no avanço da pesquisa de IA e em tornar os avatares capazes de realizar mais tarefas.

Preocupações com deepfakes

Com o avanço da IA, cresce a preocupação sobre o seu uso para a produção de deepfakes (vídeos que pegam a imagem de um usuário e a manipulam para fazer parecer que estão dizendo ou fazendo algo que não estão). Para tranquilizar as pessoas, a Synthesia garante que manteve a ética em mente ao desenvolver seu software.

Segundo a empresa, ela exige o consentimento das pessoas que aparecem como avatares no sistema e usa uma mistura de humanos e aprendizado de máquina para direcionar materiais como palavrões e discurso de ódio…. leia mais em Época Negócios 13/06/2023