Energia eólica mais barata deve estimular aquisições
Companhias de energia eólica buscam compradores e empresas europeias expandem operações no país
Empresas de energia eólica devem precisar de mais escala para serem rentáveis após aceitarem vender energia nos menores preços já registrados
As aquisições de projetos de energia renovável vão ganhar fôlego depois de atingir o menor patamar em quatro anos. Companhias de energia eólica buscam compradores e empresas europeias expandem operações no País, segundo os principais assessores jurídicos e financeiros do setor.
A Machado Meyer Sendacz & Opice Advogados, escritório que assessorou a maior parte dos acordos no ano passado, espera dobrar para 10 o número de transações em energia renovável nas quais deve participar em 2013, disse Ricardo de Lima Assaf, sócio que atua na área de infraestrutura.
O Grupo BTG Pactual SA, principal assessor financeiro do mundo em acordos de energia renovável, também espera uma retomada porque grupos europeus estão se voltando ao Brasil após o corte de subsídios em seus mercados locais, disse Vittorio Perona, sócio responsável pela área de energia no banco de investimento.
Empresas de energia eólica devem precisar de mais escala para serem rentáveis após aceitarem vender energia nos menores preços já registrados, em um leilão realizado em dezembro, disse Assaf.
Isso pode ajudar a puxar as fusões e aquisições no setor, que recuaram 61 por cento, para US$ 1,1 bilhão no ano passado, menor montante desde 2008, segundo dados compilados pela Bloomberg New Energy Finance.
“Estamos vendo mais negócios em execução por nós e por outras empresas do que nessa mesma época do ano passado”, disse Perona, do BTG, em entrevista por telefone de São Paulo. “O principal driver da atividade de M&A vai ser o vento.”
A Enerfin Sociedad de Energia SA, a Renova Energia SA, a EGP-Serra Azul e a Bioenergy Geradora de Energia Ltda. apresentaram os menores preços no último leilão.
A Bioenergia disse que não está à procura de um comprador. Enerfin, Renova e EGP-Serra Azul não responderam a e-mails e telefonemas com pedidos de comentários.Stephan Nielsen, da Bloomberg
Fonte: Exame 29/01/2013