A Evino acaba de levantar R$ 650 milhões para turbinar seu crescimento, seis meses depois de ter adquirido uma de suas principais concorrentes, a Grand Cru. A capitalização é liderada pela Vinci Partners, por meio do fundo III, com participação também da companhia familiar paranaense JCR e da XP Private, com um veículo dos clientes de alta renda.

Os fundos terão co-controle da varejista de vinhos e assento no conselho – a participação exata e o valuation não foram revelados.

“O aporte é essencialmente primário, eventualmente incluindo uma secundária para um ou outro sócio que já não está mais no negócio. Acompanhamos a história da Grand Cru e da Evino há bastante tempo e agora teremos uma gestão compartilhada”, disse Gabriel Felzenszwalb, co-head de private equity da Vinci, ao Pipeline. “As principais decisões estratégicas serão tomadas em consenso, como caminhos de crescimento, nível de risco que a empresa assume, como o time é remunerado.”

No ano passado, a companhia faturou R$ 660 milhões, com geração de caixa, e projeta R$ 800 milhões para este ano. O CAGR entre 2015 e 2020 foi de 33,3%, subindo para 35% na pandemia. Nos próximos cinco anos, a média de crescimento deve ficar na casa de 20%.

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A integração de Grand Cru com Evino começou efetivamente há dois meses, após aprovações regulatórias, e está em curso – as duas marcas serão mantidas, com a criação de uma marca corporativa para a holding. As frentes abertas por essa aquisição, como a rede de lojas físicas, complementariedade de consumidores e fornecedores, serão aceleradas com o dinheiro que os fundos colocam no caixa da empresa.

Outros M&As podem estar a caminho. “A entrada dos fundos nos ajuda a organizar a casa nessa integração, para outro patamar de governança, e para uma plano de crescimento acelerado, que passa pela estratégia orgânica mas também por consolidação de companhias que tragam complementariedade de portfólio, canais de distribuição ou tecnologia”, diz Marcos Leal, cofundador da Evino…….

Com a entrada do private equity e o porte da companhia, um IPO deve entrar no radar em breve – a concorrente Wine já fez uma primeira tentativa, suspensa pela mudança de mercado, mas mantém a intenção de ir para a bolsa. “A Evino vai ser líder de uma categoria que cresce muito, então haveria apetite do mercado de capitais para participar dessa história. É uma decisão que os sócios tomarão no momento certo”, diz Felzenszwalb.. leia mais em Pipeline 07/03/2022