Quando Gary Nagle se tornou presidente-executico da Glencore, dois anos atrás, o mundo ainda estava mergulhado na pandemia de covid-19 e a companhia mineradora suíça havia acabado de firmar um acordo para ampliar seu controle sobre a gigantesca mina de carvão térmico de Cerrejón, na Colômbia.

Nagle, que tinha 46 anos na época, havia comandado anteriormente a operação de carvão da Glencore e o acordo de Cerrejón negociado por seu antecessor, Ivan Glasenberg, mostrou ser um dos mais lucrativos no setor de mineração em todos os tempos.

Os preços do carvão dispararam depois da invasão da Ucrânia pela Rússia e, em 2022, o carvão respondeu por mais da metade dos lucros recordes da Glencore.

Mas agora Nagle, que começou na mineração de carvão, pode estar prestes a fazer algo que seria impensável quando ele assumiu: desmembrar a operação de carvão da Glencore. Isso deixaria para trás um negócio considerável de mineração, processamento e comercialização de metais, com minas de níquel, cobalto e cobre se estendendo do Canadá ao Congo.

Sob uma proposta feita anteriormente este ano, a Glencore se ofereceu para comprar, em dinheiro, a operação de carvão metalúrgico da Teck Tesources, fundi-la com sua própria operação de carvão térmico e então cindir o novo gigante e listá-lo na Bolsa de Valores de Nova York.

Executivo-chefe da Glencore considera o impensável: cisão do negócio de carvão

“Poderíamos criar aquela que definitivamente seria a melhor companhia de carvão do mundo”, disse Nagle, em uma entrevista recente em um evento do Melbourne Mining Club, em Londres. “Ela teria ativos no Canadá, Colômbia, África do Sul e Austrália… e também estaria representada nas diferentes qualidades de carvão.”

As negociações com a Teck estão em andamento e, se elas fracassarem, a Glencore poderá não desmembrar sua unidade de carvão…. leia mais em Valor Econômico 10/07/2023