Hash, Pismo e Pomelo fornecem infraestrutura financeira para outras empresas. Essas “fábricas de fintechs” anunciaram grandes captações nesta semana.

O Brasil tem mais de 700 fintechs. Algumas dessas startups querem que ainda mais empresas passem a oferecer ou incluam novos serviços financeiros em sua operação. Esse movimento é conhecido internacionalmente como embedded finance, ou finanças embutidas.

Apenas ao longo desta semana, essas “fábricas de fintechs” captaram centenas de milhões de reais em investimentos para emplacar a proposta. A primeira delas foi a Pismo, uma fintech brasileira que fornece uma plataforma de processamento bancário e de pagamentos.

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Hash

A empresa anunciou nesta terça-feira (19) a captação de uma rodada série B de US$ 108 milhões, ou R$ 600 milhões na cotação atual (conheça os estágios de crescimento de uma startup). O investimento foi liderado pelos fundos Accel (que tem no portfólio empresas como BlaBlaCar, Hootsuite e Nuvemshop) e SoftBank Latin America Fund (Gympass, Loggi, Mercado Bitcoin) e pela gigante do comércio eletrônico Amazon. A rodada também contou com participação da B3 e dos fundos Falabella Ventures, Headline, PruVen e Redpoint eventures.

Já a fintech brasileira Hash, que cria e administra maquininhas para que outras empresas as vendam aos seus clientes, anunciou na quarta-feira (18) uma rodada série C de R$ 235 milhões. O investimento foi liderado pelos fundos Kaszek (GetNinjas, MadeiraMadeira, Quinto Andar) e QED Investors (Loft, Nubank). Depois, foi completado pela Endeavor Scale-Up Ventures.

Por fim, a Pomelo fornece cartões e contas virtuais pré-pagos para empresas que queiram oferecer esses serviços financeiros. A fintech argentina anunciou nesta quinta-feira (19) uma rodada série A de US$ 35 milhões (R$ 190 milhões), que será usada para lançar sua atuação também no Brasil e no México. O investimento foi liderado pelo fundo Tiger Global (Loft, Nuvemshop, Stripe) e contou com fundos como Box Group, Greyhound, Index Ventures, Insight, Monashees, QED Investors e SciFi. Fundadores das fintechs Affirm, Checkout, N26, Plaid e Ramp também participaram.

O Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, conversou com as três fintechs para entender por que elas apostam em levar serviços financeiros para a operação de diversas empresas – desde as acostumadas com o ramo, como grandes bancos e fintechs, até profissionais que nunca forneceram cartões, contas ou pagamentos, como academias, marceneiros e mecânicos. O Do Zero Ao Topo também entrevistou Bruno Diniz, especialista em fintechs, sobre o potencial das finanças embutidas e o cenário atual da competição de embedded finance no Brasil.

Levando bancos e fintechs para a nuvem

A Pismo foi criada pelos empreendedores Daniela Binatti, Juliana Motta, Marcelo Parise e Ricardo Josua em 2016. Eles trabalham ou empreendem juntos há mais de 20 anos, e dessa experiência veio a percepção de uma oportunidade de negócio.

“Vimos o início do movimento de fintechs e como muitas estão limitadas a empacotar um produto velho por dentro, com protocolos antigos. Queríamos construir algo para a nova geração de infraestrutura financeira”, diz Josua.

A Pismo fornece uma plataforma de processamento de serviços bancários e pagamentos que faz uso de computação em nuvem e de microsserviços. Esses diferenciais permitem diminuir ou aumentar a infraestrutura de acordo com a demanda de cada empresa. Por exemplo, a capacidade de armazenamento e processamento de transações bancárias pode ser aumentada durante a época da Black Friday.

“Oferecemos soluções compostas com mais de 90 sistemas intercomunicáveis por APIs [interfaces de programação], no lugar de um pacote de software ponta a ponta. É uma espécie de open banking para a infraestrutura financeira”, resume o cofundador.

A fintech atende principalmente outros operadores financeiros, que constroem soluções em cima da sua infraestrutura flexível e em nuvem. Empresas como Cora, Itaú e Falabella criam serviços como carteiras digitais, cartões e marketplaces….Leia mais em infomoney 22/10/2021