A Faurecia concluiu a aquisição da Hella por € 5,3 bilhões, em um dos maiores acordos recentes da história da indústria de autopeças na Europa. Com isso, a empresa francesa passa a ter 79,5% das ações da Hella, tradicional fabricante de faróis e componentes eletrônicos.

O acordo, que foi anunciado em agosto passado, prevê a distribuição de 60% das ações da Hella para um grupo formado pelos acionistas da família que controla a Faurecia, sendo que os 19,5% restantes ficarão na mão de um consórcio formado por uma oferta pública de aquisição. Com o negócio a Faurecia assume a posição de 7º maior fornecedor automotivo do mundo.

De olho no futuro

Em agosto passado, a Faurecia venceu a concorrência de outras gigantes da indústria, como Mahle, Plastic Omnium e Knorr-Bremse. Na ocasião, a empresa revelou que a transação representaria um valor total estimado de € 6,7 bilhões pela totalidade das ações da Hella.

Com a fusão, a companhia planeja incorporar novas capacidades e ampliar a sua linha de produtos para acompanhar a evolução da demanda do setor automotivo. Até então, a Faurecia produzia bancos, interiores e itens de acabamento interno para veículos, além de eletrônicos por meio da subsidiária Clarion. De acordo com a empresa, a compra da Hella permitirá uma condição mais favorável para a venda de produtos eletrônicos de mobilidade e sistemas de direção autônoma no futuro.

Analistas de mercado afirmam que as divisões de baterias e sensores para uso em sistemas de direção assistida da Hella serão estratégicas às necessidades da Faurecia.

Metas ousadas

Patrick Koller, CEO da Faurecia, afirmou que a nova companhia terá como meta obter um lucro de € 33 bilhões até 2025, com salto expressivo em relação ao faturamento de € 23 bilhões previsto para 2021 .

“Vamos unir nossos esforços para começar a implementar as sinergias identificadas e criar valor de forma sustentável para nossos acionistas”, declarou em comunicado.

Anteriormente, a Faurecia havia estimado que a nova empresa poderia atingir vendas entre de € 300 milhões e € 400 milhões dentro de três anos. Já as otimizações no fluxo de caixa poderiam girar na casa dos € 200 milhões por ano no período de 2022 a 2025.

A transação foi selada em meio a uma busca cada vez maior por parceiros capazes de acompanhar o desenvolvimento da eletrificação na indústria automotiva, além da necessidade de unir forçar para fazer os investimentos necessários ao desenvolvimento tecnológico do segmento.

Outros exemplos de grandes aquisições recentes foram a compra da Wabco pela ZF, em 2019, e a aquisiição da Veoneer pela Qualcomm, esta anunciada em outubro de 2021…Leia mais em AutomotiveBusiness 02/02/2022