Projeto criaria o 3º maior conglomerado automotivo do mundo

O CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Mike Manley, afirmou que o grupo automotivo está aberto para retomar as negociações para a fusão com a Renault, após a interrupção no início de junho. Em entrevista ao jornal “Financial Times”, o executivo ressaltou que, apesar dos obstáculos, a FCA ainda está “interessada em ouvir” sua rival francesa, tendo em vista que uma combinação oferece “sinergias significativas”.

“A lógica industrial que estava presente antes, ainda está presente. Se as circunstâncias mudarem, então talvez, os sonhos se juntem e as coisas possam acontecer”, acrescentou. Nos últimos meses, a FCA e a Renault realizaram conversas privadas para criar o terceiro maior conglomerado automotivo do mundo, atrás somente de Volkswagen e Toyota.

A oferta da companhia ítalo-americana previa que a empresa resultante da fusão tivesse as ações divididas igualmente entre os dois grupos e cotadas nas bolsas de Milão, Paris e Nova York. A fusão, no entanto, não foi concluída, porque a FCA decidiu retirar a proposta após a França, que detém 15% da Renault, hesitar em aprovar o acordo. De acordo com a empresa francesa, o governo queria garantir o consentimento da Nissan, que também tem 15% das ações.

Segundo o Financial Times, a destituição do brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, da Mitsubish e da Renault, também foi um fator negativo nas negociações. “Enquanto eles trabalham com essas coisas, as circunstâncias que são necessárias para mudar ou mudar potencialmente podem acontecer”, explicou Manley à publicação. As principais montadoras do mundo estão buscando cada vez mais alianças enquanto enfrentam as vendas estagnadas e crescentes demandas de investimento.

Para Manley, a FCA tem um “futuro sólido” como uma empresa independente, mas “isso não significa dizer que, se houver um futuro melhor através de uma aliança e parceria ou fusão, que não estaríamos abertos e interessado nisso”. O plano da Fiat é dobrar os lucros até 2022, em comparação com os registrados em 2018.

No segundo trimestre, a companhia obteve 14% a mais que no mesmo período do ano anterior, uma arrecadação de 793 milhões de euros, impulsionada pelas vendas de caminhonetes na América do Norte.. Leia mais em epocanegocios 05/08/2019