O mercado brasileiro de fusões & aquisições em setembro de 2022 registra queda de 31,5%. Os setores mais aquecidos foram de Tecnologia da Informação, Transportes, Alimentos e Bebidas, Companhias Energéticas, e os Investidores Nacionais predominaram.

Os 124 negócios incorporados no nosso banco de dados no mês de set/22, tiveram as seguintes caraterística como suas credenciais: (i) Companhias Energéticas representaram os maiores investimentos do mês com 45,4% do total, e também do acumulado do ano com 26,6%; (ii) não foram registradas nenhuma oferta de ações IPOs neste ano (iii) mais de dois terços do volume dos negócios são até R$ 50 MM e mais de 95% dos investimento são de negócios acima de R$ 50 MM; (iv) os sinais indicam que o volume de transações do 4ºT22, será inferior ao 4º T21.

  • No mês de setembro/22 foram realizadas 124 transações, queda de 31,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior e investimento de R$ 22,3 bilhões, com uma redução de 48,4%;
  • No acumulado do ano, com 1.345 operações, representa queda de 1,2% no volume e um investimentos de R$ 345,4 bilhões correspondendo a uma queda de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado;
  • Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 40,1%;
  • Crescimento de 7,1% do acumulado dos últimos doze meses, 1.884 operações, comparado com o acumulado de um ano atrás;
  • Foram 922 transações de porte até R$ 50 milhões no acumulado do ano, com crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. E corresponde a um inevstimento de R$ 13,3 bilhões, com crescimento de 21,0%.
  • O total das operações de valores superiores a R$ 50 milhões alcançaram 423 no ano, equivalente a uma redução de 24,9%. Os investimento por sua vez alcançaram R$ 332,0 bilhões com uma queda de 35,6%.
  • O setor de Tecnologia da Informação foi o que apresentou a maior queda no volume de negócios no mês de setembro;
  • O volume de negócios do 3º trimestre/22 revela uma queda de 14,1% em relação ao trimestre anterior. Foi o período de menor expressão dos últimos 4 trimestres. E os investimento resgistram uma queda de 43,4% em relação ao trimestre anterior.
  • Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 33,6% em relação ao mesmo período do ano passado;
  • Predomínio dos Investidores Estratégicos com crescimento de 0,6% no volume em relação ao acumulado do ano passado e queda de 24,1% nos investimentos;
  • Os investidores Financeiros registraram redução de 4,4% no volume e de 50,5% no montante dos investimentos no acumulado do ano;
  • Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, totalizaram 1.130 negócios, queda de 2,8%, e o montante de R$ 253,3 bilhões, com redução de 38,5%;
  • No ano os Investidores Estrangeiros registraram 215 negócios, um crescimento de 8,0%, e queda de 19,8% no valor dos investimentos;
  • Foram mapeados 16 negócios realizados por investidores de 9 países. Os EUA, com 5 operações e investimento da ordem de R$ 1,9 bilhão foi o de maior apetite;
  • Maior transação do mês de setembro/2022 – A Equatorial Energia fechou a compra da CELG-D, a distribuidora de energia de Goiás por R$ 1,6 bi e assume R$ 6 bi em dívida.

ANÁLISE DO MÊS

Grau de concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de setembro/22 por 60,5% do total das operações, contra 69,6% no mesmo mês do ano passado (e 68,4% em 2020), representando um crescimento da participação dos demais setores em detrimento da concentração verificada entre os 5 mais expressivos.

M&A Nº de transações

Queda de 31,5% do número de operações em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de setembro 124 transações em 22 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 31,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior ( 181 operações).
Confrontando com o mês anterior, constata-se uma queda de 23,0%, quando foram apurados 161 negócios.

M&A transações

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado dos primeiros nove meses do ano de 2022, apuradas 1.345 operações, registra queda de 1,2% se confrontado com igual período de 2021, quando foram realizadas 1.362 operações.

M&A transações

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos nos primeiros nove meses do ano. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Instituições Financeiras e Companhias Energéticas.

M&A transações

O setor de Tecnologia da Informação voltou a registar queda significativa neste mês, tanto em volume como em montante dos investimentos.

Transações de M&A

Em segundo lugar com maior volume de negócios em set/22, o setor de Instituições Financeiras também teve queda queda na quantidade e no montante dos investimentos.

No acumulado do ano o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi Companhias Energéticas, com um aumento de 40 operações, seguido por  Alimentos & Bebidas e Lojas de Varejo.

Transações de M&A

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Tecnologia da Informação; Outros e Hospitais e Laboratórios com redução de 75, 25 e 18 respectivamente.

Transações de M&A

Acumulado do volume de transações dos últimos doze meses.

O mês de setembro/22 registra uma nova queda.

Com 1.884 operações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, representa uma queda de 2,9% do número de comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – set/21, o aumento é de 7,1%. Desde janeiro/22 o percentual do acumulado anual vem caindo constantemente.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Os primeiros nove meses de 2022 está sendo marcado por panorama macroeconômico com inflação e juros elevados, além dos desdobramentos da invasão da Rússia na Ucrânia e encerramento da emergência de saúde pública de interesse nacional da pandemia da covid-19.

Obs. Corrigida a taxa de câmbio média do mês de set/22, para R$5,24

Porte das transações

Das 124 transações apuradas no mês, 85 são de porte até R$ 50 milhões – 68,5 % do total e responderam por 4,7% do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, foram compiladas 922 transações representando 68,6% do total e 3,9% do valor. E impacta um crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Nos nove primeiros meses do ano, foram 423 transações de valores superiores a R$ 50 milhões, uma queda de 24,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram concretizadas 563 operações e movimentaram R$ 332,0 bilhões representando uma queda de 35,6%.

Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que registrou 62 negócios, com uma redução de 54,4%, impactada sobretudo pela pela turbulência econômica que estamos atravessando.

Transações de M&A

Trimestral: impacto acentuado

O volume de negócios do 3º trimestre/22 revela uma queda de 14,1% em relação ao trimestre anterior. Foi o período de menor expressão dos últimos 4 trimestres. E na segmentação por porte, a maior queda ocorreu nas operações acima de R$ 500 milhões.

Transações de M&A

No comparativo das participações das transações em função do porte nos primeiros nove meses do ano, permite identificar a variação do volume – percentual – ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao mesmo período do ano passado está na redução do volume das transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que caiu de 10,0% do total para 4,6%. De outro lado, as operações de montante até R$ 50 milhões aumentaram sua participação relativa de 58,7% para 68,6%.

Transações de M&A

Em setembro ocorreu uma queda de 48,4% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 22,3 bilhões, com uma queda de 48,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (88,3%) e Não Divulgados/Estimados (11,7%). Em relação ao mês anterior – agosto, verifica-se uma queda de 35,2% quando atingiu o montante de R$ 34,4 bilhões.

Queda de 34,4% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 345,4 bilhões, representando uma queda de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 40,1%.

Transações de M&A

Distribuição do montantes das transações por porte – trimestral.

Os investimentos realizados no 3º trimestre/22, revelam uma queda de 43,4% em relação ao trimestre anterior. E na segmentação por porte, os negócios no intervalo de até R$ 50 milhões, foram os menos impactados, com queda queda, 14,2%. E a maior queda se verificou no porte de acima de R$ 1,0 bilhão, de 50,3%.

No comparativo das participações das transações nos primeiros nove meses do ano, permite identificar a variação dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 33,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 256,8 milhões, contra R$ 386,7 milhões no mesmo período de 2021, representando uma queda de 33,6%.
Por sua vez, o valor médio dos negócios de porte acima de R$ 1,0 bilhão tiveram o maior crescimento, de 37,3%.

Dinâmica & Origem dos Investidores

Mapeamento do volume de transações a partir da perspectiva do investidor estratégico e do investidor financeiro. Aborda também o apetite entre investidores nacionais e investidores estrangeiros.

Investidores Estratégicos

Predomínio dos Investidores Estratégicos – cresceram 0,6% no volume em relação ao acumulado do ano passado e tiveram redução de 24,1% nos investimentos.

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 71 operações equivalente a 57,3%, e responderam por 87,3 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 869 operações tiveram crescimento de 0,6% em relação ao ano passado, e responderam por 63,4% dos negócios e 61,0% dos investimentos, no montante de R$ 243,6* bilhões, o que significa uma queda de 24,1% em relação ao mesmo período do ano de 2021.

*Obs. Valor corrigido em nov/22

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram queda de 4,4% no volume e de 50,5% no montante dos investimentos no acumulado do ano.

Realizaram 53 operações no mês de setembro num montante de R$ 2,8 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 476 operações – queda de 4,4% – correspondendo a 35,4% dos negócios e 29,5% dos investimentos, no valor de R$ 101,7 bilhões, representando uma queda de 50,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, redução no volume, de 2,8%, e queda no montante dos investimentos de 38,5% . Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 108 operações, 87,1%, e investimento da ordem de R$ 18,4 bilhões, correspondendo a 82,7% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 1.130 operações – queda de 2,8% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,0% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 253,3 bilhões, o equivalente a 73,4% do total, correspondendo a uma queda de 38,5 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 8,0% no volume de transações e queda de 19,8% no valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 16 operações – 12,9% do total, no montante de R$ 3,9 bilhões – 17,3% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 215 operações registraram um crescimento de 8,0% – responderam por 16,0% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 92,0 bilhões (26,6%), o que significa uma queda de 19,8% em relação ao mesmo período do ano de 2021.

Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco informado.

No mês de setembro/22, foram mapeados 16 negócios realizados por investidores de 9 países.

Os EUA com 5 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 1,9 bilhão.

Maior transação do mês de setembro/2022

Equatorial compra CELG-D da Enel por R$ 1,6 bi e assume R$ 6 bi em dívida – A Equatorial Energia fechou a compra da CELG-D, a distribuidora de energia de Goiás que havia se tornado uma dor de cabeça para a italiana Enel devido aos blackouts que atormentam o estado.

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Eventualmente podem ocorrer alterações nos dados estatísticos em razão de notícias mais recentes sobre detalhes da transação. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.