O mercado brasileiro de fusões & aquisições em março de 2021 registrou robusto crescimento do número de transações no mês. Recorde novamente.

  • Os setores de Tecnologia da Informação, Alimentos, Bebidas e Fumo, e Instituições Financeiras foram os mais ativos e os investidores nacionais predominaram.
  • No mês de março foram realizadas 159 transações, aumento de 27,2%, em relação ao mês anterior e investimento de R$ 30,7 bilhões. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento foi de 224,5% no volume e de 108,0% nos investimentos.
  • No ano, com 363 operações e investimentos de R$ 153,6 bilhões, representa crescimento 71,2% no volume e de 96,0% no valor, em relação ao mesmo período do ano passado.
  • Crescimento de 21,8% do acumulado dos últimos doze meses, 1.302 operações, comparado com o acumulado de um ano atrás.
  • Os investimentos realizados nas operações de porte entre R$ 50,0 e 500,0 milhões foram os que apresentaram o menor crescimento, de 16,8%. E os investimentos nos negócios entre R$ 500 milhões e R$ 1,0 bilhão foram os que mais cresceram, 149,4%
  • Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
  • Os setores de TI, Outros e Instituições Financeiras foram os mais ativos no primeiro trimestre do ano.
  • Predomínio dos Investidores Estratégicos com crescimento de 68,9% no volume em relação ao acumulado do ano passado (223 operações) e crescimento de 132,7% nos investimentos.
  • Os investidores Financeiros registraram aumento de 75,0% no volume (140 transações) e crescimento de 56,2% no montante dos investimentos no acumulado do ano.
  • Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, registraram 297 negócios, um crescimento de 69,7%, e o montante de R$ 113,2 bilhões, 104,5% . No ano os Investidores Estrangeiros registraram 66 negócios, um crescimento de 78,4%, e aumento de 136,1% no valor dos investimentos.
  • Foram mapeados 28 negócios realizados por investidores de 12 países. Os EUA, com 10 operações e investimento da ordem de R$ 3,4 bilhões foi o de maior apetite.
  • Maior transação do mês de março/2021, foi a do Carrefour Brasil comprando o Grupo BIG Brasil pelo montante total de R$ 7,5 bilhões. Em segundo lugar, mas não menos importante, foi a operação da Loft recebendo aporte de US$ 425 milhões. Foi a quarta rodada de aportes que a Loft, startup de compra, reforma e venda de imóveis, recebeu.

Quanto às principais notícias divulgadas no mês de março/21, captadas pelo relatório de HUMORES e RUMORES, e relacionadas às tendências sobre negócios de M&A que poderão ocorrer nos próximos meses, merecem destaques:

  • O mercado está “andando” – são sete IPOs na rua para serem precificadas em abril, o que equivale a mais de R$ 13 bilhões. Mais de 40 ofertas estão à espera de análise na CVM. Sendo que quatro das sete ofertas que devem ser precificadas nesta janela são do setor de saúde, um dos que estão em alta no momento;
  • A febre de notícias envolvendo SPACs Special Purpose Acquisition Company (veículo de propósito específico de aquisição), o IPO do cheque em branco, e estão ganhando fama mundo afora; e
  • Ambipar: um IPO e oito aquisições depois: a primeira empresa da área de gestão ambiental a entrar na B3 sendo referência e inspiração para outras companhias que também desejam atuar no setor ambiental ou abrir capital
  • O volume das notícias em destaque colocam setores 2 como MUITO AQUECIDOS -Tecnologia da Informação e Instituições Financeiras. E 3 setores AQUECIDOS – Varejo, Saúde e Transportes.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de MARÇO de 2021.

ANÁLISE DO MÊS

Aumentou a concentração setorial

Os 5 setores mais ativos responderam no mês de março/21 por 76,7% do total das operações, contra 61,2% no mesmo mês do ano passado, representando um aumento do grau de concentração dos TOPs 5M&A Nº de transações em mar/21Crescimento de 27,2% do número de operações em relação ao mês anterior. 

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de março 159 transações em 22 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 27,2% em relação ao mês anterior ( 125 operações).

Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se um crescimento de 224,5%, quando foram apuradas 49 negócios.M&A Nº de transações em mar/21

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado do primeiro trimestre de 2021, apuradas 263 operações, registra um crescimento de 71,2% se confrontado com igual período de 2020, quando foram realizadas 212 operaçõesM&A Nº de transações mar: 2017 a 2021

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos no primeiro trimestre. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Outros e Instituições Financeiras.M&A Setores com maior apetite mar/20 e 21

No acumulado do ano o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi o de TI, com um aumento de 101 operações, seguido por Outros e Instituições Financeiras.M&A Setores com maior crescimento mar/21

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Imobiliário, Shopping Centers e Servicos Públicos, com redução de 13, 4 e 3 respectivamente.M&A Setores com maior queda mar/21

Crescimento do acumulado do volume de transações dos últimos doze meses.

Crescimento constante no acumulado do número de transações. Por conta do Covid-19, a retomada em jun/20, do crescimento do número de transações continua acentuada.

Março registra significativo crescimento de 9,2% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.302 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – mar/20, o aumento é de 21,8%.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Há um ano atrás, março foi marcado como o início da pandemia no Brasil. Os indicadores um ano depois – em março/21, alcançaram números impressionantes de contágios e mortes. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

O primeiro trimestre do ano foi marcado pela intensificação da pandemia. O dólar comercial fechou o trimestre em alta de 9,6%, enquanto o euro subiu 4,9%.
A Bolsa de Valores ensaiou uma recuperação em março, mês em que o Ibovespa subiu 6%. No acumulado do ano, tem queda de 2%.M&A Nº de transações LTM 03/21

Porte das transações

Das 159 transações apuradas no mês, 105 são de porte até R$ 49,9 milhões – 66,0 % do total e responderam por 4,6 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 227 transações representando 62,5% do total e 1,9% do valor. E impacta um crescimento de 84,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O volume de transações acumuladas no ano, de porte entre R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão, foi o que mais cresceu em volume 122,2%.M&A Nº de transações por portes 03/21

Trimestral: impacto acentuado

O volume de transações do 1º trimestre/21 alcançou números robustos em todos os portes. E se comparar com os últimos 3 trimestres do ano passado fica mais evidente. Sobressai o volume de operações superior a R$ 1,0 bilhão.M&A Nº de transações trimestral 03/21

Crescimento no mês de 108,0% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês anterior do ano anterior

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 30,7 bilhões, com um crescimento de 108,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (92,3%) e Não Divulgados/Estimados (7,7%). Em relação ao mês anterior, verifica-se uma queda de 67,5% quando atingiu o montante de R$ 94,5 bilhões.

Crescimento de 96,0% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 153,6 bilhões, representando um crescimento 96,0% em relação ao mesmo período de 2020.

Os investimentos realizados nas operações de porte entre R$ 50,0 e 500,0 milhões foram os que apresentaram o menor crescimento, de 16,8%. E os investimentos nos negócios entre R$ 500 milhões e R$ 1,0 bilhão foram os que mais cresceram, 149,4%M&A Montante das transações 03/21

Distribuição dos montantes trimestrais das transações por porte. Vale notar que as operações de porte acima de R$ 500 milhões superaram os trimestres anteriores.

M&A Montante das transações trimestral 03/21

Correção: no relatório mensal de fev/21, foi corrigido o valor de uma operação, reenquadrada sua nacionalidade e também país de origem do investidor.

Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$423,1 milhões, contra R$ 369,7 milhões no mesmo período de 2020, representando um crescimento de 14,5%.

M&A Valor médio das transações 03/21A queda do valor médio do acumulado do ano ficou por conta das transações de porte inferior a R$ 500,0 milhões, comparativamente com o mesmo período do ano anterior.

Predomínio dos Investidores Estratégicos

cresceram 68,9% no volume em relação ao acumulado do ano passado e de 132,7% nos investimentos – O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 107 operações (67,3%), e responderam por 74,3 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 223 operações tiveram crescimento de 68,9% em relação ao ano passado. Responderam por 61,4% dos negócios e 61,7% dos investimentos, no montante de R$ 94,8 bilhões, o que significa um crescimento de 132,7%% em relação ao mesmo período do ano de 2020.

Dinâmica dos Investidores

Os investidores Financeiros cresceram 75,0% no volume e de 56,2% no montante dos investimentos no acumulado do ano. Realizaram 52 operações no mês de março num montante de R$ 7,9 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 140 operações – crescimento de 75,0% – correspondendo a 38,6% dos negócios e 38,3% dos investimentos, no valor de R$ 58,8 bilhões, representando um crescimento de 56,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, crescimento tanto no volume, de 69,7%, como no montante, de 84,8% . Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 131 operações, 82,4%, e investimento da ordem de R$ 16,1 bilhões, correspondendo a 52,2% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 297 operações – crescimento de 69,7% em relação ao ano anterior, e responderam por 81,8% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 113,2 bilhões, o equivalente a 73,7% do total, correspondendo a um crescimento de 84,8 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 78,4% no volume de transações e 136,1% no valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 28 operações – 17,6% do total, no montante de R$ 14,7 bilhões – 47,8% % do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 66 operações registraram um crescimento de 78,4% – responderam por 18,2% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 40,4 bilhões (26,3%), o que significa um crescimento de 136,1% em relação ao mesmo período do ano de 2020. Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco.

No mês de março/21, foram mapeados 28 negócios realizados por investidores de 12 países.

Os EUA com 10 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 3,4 bilhões.

Maior transação do mês de março/2021

O Carrefour Brasil celebrou acordo nesta quarta-feira (24) para aquisição da totalidade do Grupo BIG Brasil pelo montante total de R$ 7,5 bilhões. Em segundo lugar, foi a operação da Loft recebendo aporte de US$ 425 milhões. A startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital.

QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Eventualmente podem ocorrer alterações nos dados estatísticos em razão de notícias mais recentes sobre detalhes da transação. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.