As fusões e aquisições (M&A) de empresas no Brasil e em Minas Gerais estão em alta. As operações vêm sendo impulsionadas pela necessidade destes empreendimentos manterem a movimentação estratégica, se modernizarem e terem capital para investir e gerar crescimento dos negócios. Entre os setores que se destacam estão os de tecnologia, saúde, educação e death care. A estimativa é que as operações cresçam cerca de 35% em 2021.

De acordo com o advogado especializado em operações de fusões e aquisições e sócio do Manucci Advogados, Daniel Manucci, o mercado M&A segue em alta no Brasil. Ele explica que, enquanto em 2020 foram realizadas cerca de 1.100 transações no Brasil, em 2021 o número deve chegar a 1.500. Em Minas Gerais, o mercado também está aquecido e acompanhando o ritmo nacional.

“No Brasil, em 2020 foram anunciadas cerca de 1.100 transações de fusões e aquisições, este ano deve encerrar próximo a 1.500, o que gera uma alta em torno de 35%. Não temos o número específico de Minas Gerais, mas o Estado também tem seguido o fluxo de crescimento da média Brasil”.

Em Minas e no País, a movimentação no mercado M&A, segundo Manucci, é resultado de fatores econômicos negativos, como o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), alta taxa de desemprego, inflação entre outros. Diante das dificuldades de mercado, as empresas que realizam as operações, geralmente, estão em busca de capital para realizar investimentos para a ampliação dos negócios e do mercado de atuação.

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Fusões e aquisições devem fechar o ano com alta
Imagem/freepik

Os segmentos em alta são bem variados, mas em destaque estão os setores de tecnologia, saúde, death care e educação.

“As empresas, em geral, precisam de dinheiro para crescer. Um dos caminhos, porém mais caro, é o empréstimo. Porém, hoje, a busca por um investidor tem sido bem interessante, o que vem movimentando as M&A. O investidor traz dinheiro mais barato para sustentar o crescimento das empresas. A maior parte de quem busca investidores está à procura de recursos financeiros para crescer”.

Outro fator que tem estimulado o mercado de M&A são as taxas de juros ainda baixas. Com oportunidade de obter maior retorno financeiro, muitos investidores direcionam recursos para as fusões e aquisições. Apesar de mais arriscado, o retorno tende a ser maior.

Tendência

Com o dólar valorizado e tendência de manutenção deste cenário, as M&A também têm recebido aportes estrangeiros. “O investidor estrangeiro tem sido favorecido pelo dólar valorizado frente ao real. O estímulo também ocorre porque o risco cambial é pequeno, já que o dólar tende a se manter valorizado”, explicou.

Além do impulso financeiro, ao realizar as operações de M&A, as empresas também buscam pela maior profissionalização dos negócios, o que acontece muito em negócios antes familiares.

“Muitas empresas para se manterem ativas e crescerem no mercado buscam por investidores que tragam novos conhecimentos, mais clientes, produtos, abram mercados, tragam tecnologias e soluções que acabam gerando  redução de custos e de despesas. Além disso, há ganhos na gestão e administração dos negócios”.

Para 2022, as estimativas são positivas e é esperado novo crescimento no mercado de M&A. “No próximo ano vamos continuar tendo ciclo de fusões e aquisições muito parecido com 2021, mesmo com o aumento da taxa de juros. Mas, devido às eleições, entendo que teremos um movimento mais concentrado no primeiro semestre”.

Atualmente, o escritório Manucci Advogados está operando cinco processos de M&A, sendo um deles da empresa mineira Metropax, especializada em planos funerários, e o Grupo Cortel, do Sul do País, que atua em serviços funerários e possui cemitérios e crematórios em vários estados do País. Com a fusão, as empresas atuarão juntas, expandindo os serviços e o mercado de atuação…Leia mais em Diário do Comércio 30/12/2021