Fusões e aquisições na América Latina: incerteza, mas com interesse
À medida que entramos no último trimestre de 2022, o México parece estar fazendo o trabalho pesado no mercado de fusões e aquisições (M&A) da América Latina (LATAM). A tendência entre nossos clientes é estar “atentos” ao finalizar transações previamente adiadas ou atrasadas.
O fluxo de negócios parece positivo e estamos prevendo que a atividade retornará mais rapidamente em setores específicos. (Para uma perspectiva sobre as perspectivas da LATAM para os próximos seis meses, faça o download do Deal Flow Predictor da SS&C Intralinks para o quarto trimestre de 2022 — já disponível. Verificado de forma independente, é uma previsão de seis meses de transações de M&A que estão em preparação ou iniciaram due diligence.)
Fora do México, a negociação na América Latina é obscurecida pela incerteza. Em termos de ofertas públicas iniciais (IPOs), o Brasil, a região andina e o México devem sofrer um forte prejuízo no restante do ano. (Uma previsão adicional sobre o Brasil: esperamos que os negócios aumentem no país após a conclusão das eleições presidenciais no final de outubro.)
Após 2021 recorde de fusões e aquisições, a região andina apresentou um bom número de transações em 2022, e esperamos que essa tendência continue. No Chile, as eleições realizadas em setembro permitiram que os investidores tomassem fôlego e estamos vendo as empresas continuarem seus planos de desinvestimento e aquisição.
Na Colômbia, as reformas tributárias fizeram com que os investidores tentassem fechar negócios de fusões e aquisições antes do final do ano. Dito isso, esperamos um aumento nas transações e novos projetos. Apesar de mudanças de política semelhantes no Peru e na Argentina, a atividade de negócios continua se movendo lá também.
Procedendo com cautela
O interesse em ativos qualificados continua a gerar forte concorrência. Os investidores globais ainda estão interessados em ativos baseados na América Latina. No entanto, à medida que as avaliações são afetadas, muitos estão mantendo seus investimentos para o próximo ano. Alguns investidores estão vendo isso como uma oportunidade. Por exemplo, alguns family offices locais estão considerando vender ativos locais para obter menos exposição enquanto analisam outros países para equilibrar seus portfólios.
As condições políticas e econômicas – como inflação e taxas de juros – reduziram a liquidez global. Os consultores estão no processo de convencer os alvos de que os níveis de avaliação dos anos anteriores simplesmente não existem mais.
Os negociadores da América Latina não estão imunes aos desafios globais. Durante a pandemia do COVID-19, eles tiveram que se adaptar a uma crise global de saúde. Agora, pós-pandemia, eles estão enfrentando um golpe duplo cada vez mais difícil de taxas de juros e inflação crescentes. Isso está impactando diretamente as avaliações das empresas e o apetite do mercado. Outros players, como empresas de private equity (PE) e bancos de investimento boutique, estão entrando no mercado de médio porte e começando a participar mais ativamente das transações.
Em termos de setores, os setores mais promissores para o quarto trimestre de 2022 parecem ser Telecom e Tecnologia. A energia é um segundo próximo. No México, Consumo, Varejo, Industriais e Materiais estão prestes a se recuperar.
Historicamente, depois de um ano lento, sempre vimos um grande ano. Com banqueiros e advogados tendo mais disponibilidade do que o normal, os negociadores de M&A devem aproveitar. Muitos parecem mais abertos a reuniões e eventos, apresentando uma oportunidade de colaboração à medida que a região passa por tempos desafiadores… saiba mais em Intralinks 29/09/2022