Em meio às caixas da mudança de escritório em São Paulo, a equipe da GEF Capital Partners mantinha o bom humor em pleno final de semana. A casa acaba de finalizar a captação de seu novo fundo de private equity, um alívio e tanto para quem passou justamente o período de retração de liquidez buscando investidores. Somando R$ 1,05 bilhão, é o terceiro veículo da casa e será dedicado a empresas com pegada climática no mercado brasileiro.

“Agora os fundos estão começando a planejar novas captações, com uma melhora de cenário, mas saímos a mercado no início de 2021”, conta Anibal Wadih, sócio da GEF. O tempo foi um pouco mais longo mas a firma conseguiu o patamar que buscava.

Um perfil relevante de investidor nesse veículo são os bancos e agências de fomento. O BNDES fez seu primeiro aporte num fundo da casa, assim como a agência japonesa JICA. “Essa participação tem muito a ver com a temática do fundo. Esses investidores estão olhando o tema de sustentabilidade no longo prazo”, avalia Estevan Taguchi, diretor da GEF.

GEF levanta R$ 1 05 bi em novo fundo de private equity

A GEF atua em investimento de impacto, escolhendo companhias cujas operações possam minimizar os efeitos negativos — ou maximizar os positivos — no clima e na sociedade. No segundo veículo, a gestora estava particularmente interessada em energia, e neste novo fundo o clima ganhou mais espaço.

Como já tinha feito o fechamento de uma primeira tranche, o veículo já tem três empresas no portfólio. A mais recente investida foi a Lar Plásticos, que tem uma operação verticalizada de reciclagem. Ela se encaixa na tese do fundo uma vez que a economia circular evita novas emissões de carbono na atmosfera. A carteira tem ainda HCC Energia Solar, de placas solares, e Automalógica, software para gestão de sistemas elétricos.

A firma já tem outros negócios engatilhados, com dois em fase de due diligence e um terceiro em fase avançada de negociação. A GEF investe em companhias de médio porte, com ritmo acelerado de crescimento — em média, acima de 40% ao ano. Assim, são mais voltadas para estratégias orgânicas e menos dependentes de consolidação, ainda que M&A seja uma das opções para os sócios.

Além da temática do fundo, o histórico de desempenho também foi definitivo para atrair investidores num momento de menor liquidez, dizem os sócios. Segundo Wadih, a GEF está no primeiro quartil, com retorno acima de 20%. “São negócios de impacto positivo e não só financeiramente viáveis, mas rentáveis”, emenda Gabriela Mugnol, do time ESG da GEF.

A gestora faz cheques de R$ 100 milhões, em média, por fatias minoritárias, que mantenham os fundadores ou líderes nas companhias. Wadih e Alexandre Alvim são os cofundadores da operação na América Latina, hoje com cerca de 15 pessoas na equipe em São Paulo. A GEF também tem operação na Índia e nos Estados Unidos… leia mais em Pipeline 08/08/2023

GEF Capital aposta em software para limpar matriz energética brasileira

Fundo anuncia aporte de R$ 80 milhões na Automalógica, empresa que cria sistemas para aumentar a eficiência do setor elétrico

A GEF Capital Partners, uma gestora de private equity com foco em sustentabilidade, anunciou um investimento que pode chegar a R$ 80 milhões na Automalógica, uma empresa que desenvolve software para gestão de sistemas elétricos.

Com sede em Jundiaí, no interior de São Paulo, a companhia atende a geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia. Seus produtos são usados na gestão e supervisão de 28 GW, ou cerca de 20% de toda a eletricidade gerada no país.

Os software da Automalógica são utilizados para tarefas de controle e manutenção preventiva de infraestrutura, mas o que chamou a atenção da GEF foram os ganhos de eficiência que podem ser obtidos na geração de energia solar e eólica… Leia mais em capitalreset.uol 26/08/2022