O grupo GCB, de Gustavo Blasco, está reorganizando suas operações em duas verticais. Na GCB Investimentos, que tem um patrimônio de quase R$ 7 bilhões em ativos sob consultoria, ficarão a consultoria GRCB, a gestora GCB Capital e a securitizadora FMI. Na GCB Ventures ficarão as duas fintechs do grupo, a Adiante e a PeerBr.

Com um tíquete-médio de quase R$ 10 milhões, a GCB investimentos tem uma base de cerca de 800 clientes, composta majoritariamente por atletas de futebol (25%), executivos (30%) e empresários (45%). Além da consultoria, oferece produtos próprios, como, por exemplo, o fundo multimercado GCB Smart Capital, e carteiras administradas e produtos de crédito.

Para Gustavo Blasco, CEO e fundador do Grupo GCB, a consolidação das áreas de investimento permite uma gestão mais integrada e alinhada aos objetivos de seus clientes. “Em um momento de dinheiro escasso e caro, precisamos focar em botar dinheiro no caixa e em operações que gerem receita no curto prazo, dessa forma podemos capitalizar com capital próprio as duas fintechs, mantendo-as operando de forma saudável”, explica o executivo.

À frente da GCB Investimentos ficarão Paulo Morais, como diretor executivo, e Alexandre Sanches, como conselheiro. “Temos percebido cada vez mais, por parte dos investidores, o desejo de aglutinar os serviços e custódia dos produtos demandados em uma única casa, isso facilita a comunicação e a visualização por parte do cliente de seu portfólio. Do lado institucional, há o fortalecimento da marca e possibilidade de explorar de maneira mais eficaz o ‘share of wallet’”, diz Morais.

Grupo GCB separa verticais de investimento e fintechs

Ainda em 2023, o grupo pretende iniciar o processo de abertura de uma Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), com o objetivo de estar preparado para a distribuição de valores mobiliários tokenizados, quando a regulamentação deste ativo for criada. Também quer abrir dois novos fundos no segundo semestre e tem uma meta de chegar a R$ 10 bilhões em ativos sob consultoria.

Na GCB Ventures, no ano passado o grupo recebeu um investimento da belga Credix, de US$ 13 milhões, para a oferta de crédito para pequenas e médias empresas, via fintech Adiante, de antecipação de recebíveis. O aporte foi feito via dívida e não há participação da Credix no capital do grupo.

Blasco diz que a fintech já trabalha com um volume de antecipação de mais de R$ 400 milhões por ano. Ele admite que, assim como o mercado de forma geral, a Adiante também sentiu um aumento na inadimplência, mas que seus modelos captam essa deterioração e apertam os padrões de concessão. São mais de 105 mil empresas cadastradas na plataforma.

Já a PeerBr é uma exchange de criptomoedas e tokenizadora de ativos. Conta com mais de 80 mil investidores cadastrados e tokeniza produtos como precatórios, duplicatas, cotas de consórcio, entre outros.

Após vir à tona o caso de jogadores do Palmeiras que caíram em um esquema de pirâmide financeira, Blasco ressalta que trabalha com atletas profissionais desde 2012 e que a parte da educação financeira é muito importante para esse público. “Eles têm uma carreira curta e costumam gastar mal. Depois de ensiná-los a poupar, a gente trabalha na otimização do capital”, conta. Mesmo tendo a PeerBr dentro de casa, a GCB não costuma orientar seus clientes a investir em criptoativos, priorizando carteiras um pouco mais conservadoras. “Recomendamos uma alocação de forma realista, de acordo com o perfil da pessoa”, conta o fundador… leia mais em Valor econômico 14/04/2023