Incorporação da San Antonio pela Lupatech tem cláusula de desempenho
As ações da Lupatech responderam bem à assinatura do acordo que deve resultar em um aumento de capital de até R$ 700 milhões. Por volta das 12h30, os papéis da fabricante de equipamentos para o setor de petróleo subiam 7,5%, para R$ 4,90, enquanto o Ibovespa operava no negativo, em baixa de 1,8%.
No entanto, descontado o alívio que a ajuda financeira deve trazer ao balanço, restam dúvidas quanto ao futuro operacional da companhia. Em torporação deleconferência com investidores e analistas, realizada há pouco, o presidente da Lupatech não deu muitas pistas em relação à capacidade da empresa a ser formada a partir da inca San Antonio Brasil (SABR), que faz parte do acordo de capitalização.
A informação nova é que o contrato firmado com GP, controladora da SABR, prevê que a compra da companhia possa ser desfeita, a depender do seu desempenho.
A SABR foi avaliada em R$ 150 milhões, sendo R$ 100 milhões em dívida. O saldo de R$ 50 milhões será pago à controladora GP Investimentos em forma de ações da Lupatech, ao preço de R$ 4 cada.
A empresa poderá recomprar essa participação, a R$ 0,01 por ação, caso desempenho da SABR decepcione.
Questionado por analistas, Alexandre Monteiro foi lacônico: “Não vamos detalhar quais são essas condições para não causar expectativas no mercado. Quando a incorporação for aprovada por assembleia, poderemos dar mais informações sobre a nova empresa”.
O processo de criação da nova companhia deve levar seis meses para sair do papel, por conta de uma reorganização societária que envolve a holding San Antonio International (SAI). As operações da empresa no Brasil serão concentradas na Lupatech. Já os demais projetos na América Latina, ficarão sob o guarda-chuva da San Antonio Óleo & Gás – a GP terá participação em ambas.
Considerando que a nova empresa deve ser constituída apenas no segundo semestre, é bastante provável que o faturamento da Lupatech sofra um tombo neste ano. A carteira de pedidos da empresa soma R$ 935 milhões, dos quais apenas R$ 278 milhões devem ser convertidos em receitas neste ano. Em 2011, a receita líquida da companhia foi de R$ 578 milhões.
Segundo Monteiro, com a incorporação da SABR, a carteira de pedidos total da nova empresa deve “superar os R$ 2 bilhões”. O executivo, no entanto, não deu a abertura dos prazos de faturamento dessas encomendas. Por Natalia Viri
Fonte:Valor09/04/2012