O InverGroup, um conglomerado de 51 empresas dos segmentos de infraestrutura, tecnologia e investimentos, fechou, em março, a compra de 33% da Connexa, uma startup que atua com o desenvolvimento de dispositivos de gestão energética. A aquisição foi divulgada com exclusividade pelos CEOs de duas companhias a PEGN. Para se ter ideia, o grupo faturou R$ 650 milhões no último, com crescimento de 8,3%, e faz planos para continuar sua expansão.

Segundo Henrique Costa, conselheiro do Inver e CEO da Accell Solutions, com o movimento, o intuito é obter melhorias na expertise das empresas do grupo. “A Connexa é uma empresa de tecnologia na parte de comunicação. A gente está bem ligado com a questão de smart cities (cidades inteligentes, na tradução do inglês). Então, a startup vai nos trazer a comunicação dos dados para aplicar nas diversas empresas que temos”, afirmou.

Disseminado na Europa, o conceito de cidades inteligentes envolve a interação entre consumidores e empresas prestadoras dos serviços para buscar a melhoria da qualidade de vida e gestão pública. Aqui, o cliente também faz parte do processo, com diálogo constante junto à fornecedora de energia.

Neste sentido, o CEO da Accell afirmou que o grupo deve adquirir mais três CNPJs até dezembro. Para complementar o portfólio, o caminho será avançar no aspecto de eficiência energética, mas também de microcrédito e bancos digitais, o que pode resultar na compra de uma fintech.

“Queremos dar crédito para comercializar o produto (medidores) de forma diferenciada, não só comprando, mas alugando também”, explicou Costa. “A gente está buscando empresas de todos tamanhos e níveis. Os parceiros são importantes para o desenvolvimento do produto.”

De acordo com o executivo, durante a pandemia de Covid-19, o Inver aumentou o faturamento em R$ 50 milhões, enquanto o número de empresas atendidas subiu 33%, para o total de 2 mil em 2020. Isso aconteceu em função da alta no consumo de energia na fase de isolamento, na qual as pessoas passaram a ficar mais em casa e a usar, de forma constante, equipamentos como computadores e geladeiras, e a tomar banho mais vezes ao dia.

Mesmo em meio às incertezas econômicas, por conta da fase mais crítica do isolamento, Costa ressalta que tem uma boa perspectiva para o ano. Assim, há investimentos programados na casa dos R$ 110 milhões para a cidade de Americana (SP), onde está localizada a sede da Accell – orçamento que foi incrementado em R$ 10 milhões desde janeiro. Com as aquisições e evolução planejada do market share, o conglomerado deve faturar R$ 1 bilhão em 2021.

Connexa e Accell devem avançar

Com o novo parceiro, o InverGroup deve ajudar a melhorar a oferta de serviço da Accell, uma das suas principais empresas, que explora a parte de utilities e gestão de energia, sendo líder no segmento de medidores de águas, luz e gás no país. A Accell possui cerca de 60 milhões de pontos em toda a América Latina, com escritórios em La Tablada (Argentina), La Cisterna (Chile) e Tlaquepaque (México), além de Americana (SP).

Por outro lado, a Connexa ganha um grande potencial para ofertar os seus dispositivos para os clientes da Accell. No momento, a startup já desenvolve dispositivos adquiridos por concessionárias como CEMIG, Light, EDP e CPFL, e tem como clientes a prefeitura de Fortaleza (CE), com a monitoria de prédios públicos em cerca de 100 pontos da capital cearense, o grupo educacional YDUQS, lojas de conveniência e do comércio varejista.

“A gente tem um time que trabalha forte em desenvolvimento de software, hardware e também em aplicação. Como a Accell é uma empresa forte no mercado de água e gás, a ideia é que a Connexa seja uma provedora de soluções para os clientes da Accell”, afirmou Roberval Tavares, CEO da Constanta, empresa que deu origem à Connexa.

Segundo Tavares, como a startup produz toda a tecnologia empregada nos clientes em território brasileiro, o Instituto Constanta de Inovação (ICI) conta com benefícios fiscais para ter maior competitividade no mercado. Pela Lei Federal 8.248/91, a empresa é obrigada a investir cerca de 4% do seu faturamento bruto em desenvolvimento e pesquisa para garantir a manutenção das isenções.

No ano passado, os executivos dedicaram tempo apenas à elaboração e planejamento da startup. Em 2021, a ideia é faturar entre R$ 2 milhões a R$ 3 milhões com serviços, dos quais R$ 700 mil já entraram para o caixa entre janeiro e março….  Fonte: PEGN Online – leia mais em procellinfo 26/04/2021