A Legacy, empresa investida pelo Grupo Fictor, pretende lançar em breve uma Oferta Pública Inicial (IPO) tokenizada de uma pessoa famosa, no que chama de “IPO Humano”. O lançamento de tokens ocorrerá por meio de joint venture com a plataforma tecnológica Genezys e usará o modelo de crowdfunding, em uma operação que, segundo os executivos, não teria obstáculos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ocorrer.

Phillippe Rubini, sócio e CIO do Grupo Fictor, explica que a Legacy já tem listadas as personalidades com as quais quer trabalhar nesse modelo, sendo que a primeira oferta do tipo está prevista para ocorrer entre setembro e outubro. “Só falta uma assinatura, mas podemos dizer que é uma personalidade brasileira reconhecida mundialmente”, revela Rubini.

Os tokens, no projeto, são direitos creditórios lastreados nos rendimentos ou expectativa de proventos que a pessoa possui associados à monetização da própria imagem. A precificação do IPO, de acordo com o executivo, usa o mesmo método de fluxo de caixa descontado que é calculado para se descobrir o chamado “valor justo” de uma empresa baseado na capacidade de geração de valor que ela possui na perpetuidade. A diferença, segundo ele, é que além de olhar para a rentabilidade de contratos futuros de publicidade daquela personalidade, o valuation também analisa dados como a popularidade medida pelo Ibope e pela quantidade de seguidores nas redes sociais.

Legacy e Genezys querem lançar primeiro ‘IPO Humano’ tokenizado até outubro
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“Por incrível que pareça, as pessoas com as quais entramos em contato receberam bem a iniciativa. Não só por ser inovador, mas pela possibilidade de criação de comunidade. Se eu invisto em uma personalidade X e hoje ela é a cara de uma marca, eu não vou consumir da concorrência, e sim daquela comunidade da qual faço parte”, argumenta Rubini.

Além do IPO Humano, a Legacy também pretende fazer outros tipos de ofertas tokenizadas e já mira a possibilidade de sua plataforma na Genezys servir de local de encontro para facilitar operações de fusões & aquisições. “Vejo a possibilidade das empresas trocarem ativos via tokens achando companhias que tenham negócios parecidos. Há projetos que não se alavancaram por existir muita burocracia e pouca automação em um M&A hoje”, …. leia mais em Valor Econômico 27/07/2023