Grandes empresas do setor de saúde privada manifestam interesse na aquisição do grupo sediado em Brasília, o terceiro maior do país, com seis unidades no Centro-Oeste. Intermediado pelo Banco BTG, negócio é avaliado entre R$ 7 bilhões e R$ 13 bilhões.

O mercado de saúde privada, que passa por um grande processo de consolidação, está aquecido. O Banco BTG Pactual fez consultas a possíveis potenciais compradores do Grupo Santa, a maior rede hospitalar do Centro-Oeste, com sede em Brasília.

Pelo menos quatro interessados apareceram — Dasa, Rede DOr, Mater Dei e o fundo de investimentos H.I.G –, mas, por enquanto, a família Leal, controladora do negócio que reúne seis hospitais, não dá sinais de intersse na oferta. O Grupo Santa está avaliado entre R$ 7 bilhões e R$ 13 bilhões, segundo especialistas.

Leia também demais posts relacionados a Hospital e Laboratórios no Portal Fusões & Aquisições.Foto do Hospital do Grupo Santa

Diante da repercussão de sua possível venda, o Grupo Santa assegura que, neste momento, é comprador. Tanto que, em breve, anunciará a aquisição de dois hospitais fora do Distrito Federal. “O Grupo Santa não quer ser vendido. Não estamos à venda, pelo contrário, estamos em um momento superimportante de crescimento. Recentemente, compramos dois hospitais em Cuiabá, um em Anápolis e acabamos de fechar a transação com mais dois hospitais. Nossa ideia é justamente crescer na região em que a gente é pioneiro”, disse ao Correio o presidente do Grupo Santa, Gustavo Fiuza.

Ele admite, porém, que o grupo já foi procurado por grandes redes para propostas de compra, mas não houve interesse até o momento. Segundo pessoas a par dos negócios do Santa, os filhos do fundador, o médico José Leal, defendem a venda total das operações do grupo, mas Leal, por razões afetivas, quer manter pelo menos parte do negócio. Assim, uma das opções seria vender parcela do capital do Santa. Outra, seria ficar com parte das ações da empresa que comprasse a rede brasiliense — haveria uma troca de ações. O melhor modelo está sendo prospectado pelo BTG Pactual.

Ativo valioso

“Há anos o Grupo Santa, atualmente o terceiro maior grupo hospitalar do Brasil, é procurado por grandes redes e fundos de investimento para construir parcerias. Em um momento de consolidação no mercado de saúde, essas procuras aumentaram, principalmente por se tratar do único grande ativo hospitalar brasileiro que ainda não está na Bolsa de Valores ou associado a fundos de investimento”, destaca o grupo, em nota.
Segundo Fiuza, desde outubro do ano passado, o mercado de saúde vive um fenômeno de consolidação, e há uma corrida por parte das grandes redes para se expandir regionalmente pelo país comprando hospitais. Atualmente, o Grupo Santa atua em todas as unidades federativas da Região Centro-Oeste, menos em Mato Grosso do Sul. “Estamos falando de um excelente negócio”, afirma um executivo do mercado financeiro. Ele lembra que, em 2012, o Santa quase foi vendido à Rede DOr, mas Leal, hoje com 80 anos, desistiu no último momento.

A maior operação no setor de saúde ocorreu em 2012, quando a americana American Health assumiu o controle da Amil por R$ 10 bilhões. Portanto, se efetivada, a negociação do Santa poderá ficar próxima desse valor, acreditam especialistas. O BTG Pactual está disposto a concretizar o negócio. E acredita ser um processo natural, uma vez que se está falando de um ativo estratégico, com forte potencial de crescimento. A joia da coroa do grupo brasiliense é o Hospital Santa Lúcia, do DF.

O mesmo executivo acredita que as abordagens ao Grupo Santa vão continuar. Os concorrentes estão cheios de apetite. Para a Dasa, a aquisição da rede brasiliense seria um salto espetacular no seu processo de crescimento e consolidação. Já a mineira Mater Dei vê no negócio uma oportunidade de se descolar de seu estado de origem. O Correio tentou contato com as empresas Rede D’Or, Dasa, Mater Dei e com o fundo de investimentos H.I.G para confirmar o interesse e as propostas de compra do Grupo Santa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Autor: Maria Eduarda Cardim Referência: Correio Braziliense Leia mais em capitólio 08/10/2021