As operações de fusões e aquisições abaixo de 50 milhões de reais entre Janeiro a Maio de 2021 cresceram 82,1% quando comparado ao mesmo período de 2020. Foram 656 operações, sendo que 386, ou 58,8%, se encaixam nestas características. Somadas, as operações representaram um volume transacionado de, aproximadamente, 5 bilhões de reais, um crescimento de 77,6% comparado ao ano anterior, de acordo com dados do Portal Fusões e Aquisições.

De acordo com Jairo Margatho, sócio-diretor da MMK Partners, este cenário “demonstra que as pequenas e médias empresas despertam interesse de grandes empresas por adquiri-las”. No período, 62,3% das operações foram feitas por investidores estratégicos. Investidores financeiros ficaram com 37,7% das operações. Margatho ainda destaca “os fundos de investimento em empresas early stage estão colhendo seus frutos agora. Seus investimentos estão amadurecendo e as grandes empresas, que necessitam de inovação, aceleraram suas estratégias de aquisições.

O relatório do Portal Fusões e Aquisições ainda destaca que 302 operações foram do setor de TI, com crescimento de 122% com relação ao mesmo período de 2020 e instituições financeiras, com 42 operações, crescimento de 200% com relação a 2020.

As empresas que realizaram IPO em 2020 estão capitalizadas e têm declaradamente o objetivo de crescer por aquisições, como é o caso da Locaweb, que desde a abertura de capital, já realizou 10 aquisições, sendo 5 em 2021. Destaca-se ainda que 7 destas aquisições foram transações inferiores a 50 milhões de reais. O segmento de varejo tem se destacado. De 2020 até hoje, B2W, Magazine Luiza e Via Varejo fecharam 24 aquisições. Só a Magalu, em 2021, realizou 6 operações.

Não é só o setor de tecnologia que tem ido às compras. A Ambipar, empresa de gestão de resíduos, após seu IPO no ano passado, realizou 15 aquisições. A mais recente foi a Ecológica Nordeste, empresa de trituração de resíduos, e fez aquisições nos EUA e no Canadá.

três grandes riscos para o sucesso de uma aquisição

Gustavo Mendes, sócio-diretor da MMK Partners, aponta a necessidade das empresas estarem preparadas para a aquisição. “Há três grandes riscos para o sucesso de uma aquisição.

  • Primeiro é a realização de um planejamento realista, com clareza nos números, contabilidade coesa e premissas sólidas.
  • Segundo é necessário um alinhamento entre os sócios. Nem sempre os sócios têm o mesmo pensamento e é importante alinhar expectativas antes de iniciar a abordagem.
  • Terceiro é a realização de um processo de M&A completo, desde o planejamento financeiro, roadshow, negociação de termos e, principalmente o Post Merger Integration.

Leia mais em costanorte 25/06/2021