Para a companhia, os sinais de melhora no ciclo do gado podem significar margens maiores e vendas fortes
Após pregões em alta sem justificativa clara ao mercado, a Minerva (BEEF3) revelou que está próxima de fazer as malas para os EUA.

Quinze anos após o IPO (oferta inicial de ações), o mercado considera que a estratégia da Minerva (BEEF3), focada nas exportações de carne bovina, parece estar dando certo. A empresa responde hoje por cerca de 10% do comércio global de carne bovina, e tem uma das mais diversificadas e eficientes plataformas de produção da América do Sul.

Carne Frigorifico Minerva

Na última sexta-feira (19), a Minerva recebeu analistas e investidores em Barretos, no interior de São Paulo, e deu um panorama de onde está e para onde quer ir nos próximos anos.

A empresa disse analisar mercados como Austrália e Colômbia para fazer possíveis fusões e aquisições. Nestes países a Minerva considera haver haver boas oportunidades para comprar empresas por preços atrativos, dada a piora na dinâmica econômica local.

Mesmo assim, a companhia reiterou que seu foco é a exportação de carne bovina, seja porque o produto passa por uma fase de recuperação de demanda global, seja por causa das condições do mercado, que favorecem vendas e margens maiores.

O ciclo animal no Brasil, por exemplo, já mostra sinais de melhora, com o preço do gado mais baixo daqui para frente. Na Austrália, a recuperação do segmento de carne bovina está em andamento, mas pode ser limitada pela propagação da febre aftosa na Indonésia, colocando a Minerva em uma posição competitiva forte para atender à crescente demanda.

“A decisão da Minerva de se posicionar como produtora e comercializadora de commodities a diferencia de alguns de seus pares do setor. Na verdade, achamos que aí é onde a Minerva capta a maior parte de seu valor, com gado originário, comercialização e distribuição de cortes de carne bovina de forma eficiente”, explicam os analistas do BTG Pactual, Thiago Duarte e Henrique Brustolin.

Para o banco, a opção da Minerva de fazer das exportações seu principal mercado levou a empresa a focar na América do Sul como principal origem para a produção de carne bovina, devido às suas vantagens naturais competitivas e de custo para a criação de gado.

Na conversa com os presentes no evento, a empresa destacou ainda que está trabalhando para melhorar a flexibilidade de produção de seus ativos e tirar o máximo proveito das vantagens de sua diversificação geográfica.

“O principal objetivo é posicionar a empresa para se beneficiar do momento específico do gado em cada uma de suas áreas geográficas, ajustando rapidamente sua pegada e reduzindo a volatilidade da margem. Em termos práticos, quando um país tem um pico de custos e um aperto de margem, a empresa deve ser capaz de redirecionar rapidamente os volumes para outros locais com melhores margens”, explicaram os analistas do Itaú BBA, Gustavo Troyano, Renan Moura e Victor Gaspar…. Leia mais em trademap 22/08/2022