Na disputa entre Ser e Ânima pela Laureate, analistas recomendam cautela e destacam outra ação do setor
Ativos são vistos como transformacionais, mas disputa entre as companhias pode atrasar o processo; BBI e Morgan reforçam preferência por Yduqs
Mais uma disputa foi deflagrada na Bolsa. Enquanto Totvs (TOTS3) e Stone ainda disputam os ativos da Linx (LINX3), agora é a vez do setor de educação entrar em um litígio nesta semana.
Desta vez, as empresas envolvidas são a Ser Educacional (SEER3) e a Ânima (ANIM3) pelos ativos da Laureate do Brasil.
Tudo começou no dia 13 de setembro, quando a Ser anunciou acordo para a compra da Laureate Brasil, que detém grandes marcas do ensino superior no Brasil como a Anhembi Morumbi e a FMU. Pelo combinado, haveria pagamento em dinheiro e em ações, sendo que a parcela em dinheiro somaria R$ 1,7 bilhão. Além disso, a Laureate receberia 44% das ações da Ser.
Contudo, o contrato com a Ser previa que a Laureate tinha direito de buscar transações mais vantajosas com terceiros até 13 de outubro de 2020, sendo que a Ser teria o direito a igualar outra proposta. Se a Laureate decidisse por outra oferta, a companhia teria de pagar multa de R$ 180 milhões para a Ser.
A Yduqs (YDUQ3) chegou a declarar a intenção de fazer uma proposta, mas quem saiu na frente foi a Ânima, cuja proposta foi a escolhida pela Laureate, segundo a empresa.
A diferença entre as duas propostas é de R$ 500 milhões. A Ânima ofereceu R$ 4,3 bilhões pelos ativos da Laureate, com pagamento à vista. A Ser Educacional ofereceu R$ 1,7 bilhão em dinheiro, além de assumir de R$ 623 milhões em dívidas e o restante com novas ações (que seria o equivalente a 44% de participação na empresa de Janguiê Diniz).
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A proposta da Ânima inclui ainda um bônus de R$ 200 milhões relacionado a determinadas métricas financeiras. A empresa também se comprometeu a pagar a multa de R$ 180 milhões pelo não fechamento da transação prevista no acordo com a Ser.
A Ser deixou de fazer uma contraproposta e, com isso, a Laureate informou que pretendia encerrar as tratativas com ela.
Contudo, a Ser afirmou que houve divergência entre as partes e o assunto será discutido judicialmente. “A Ser entrou com pedido de tutela cautelar, em caráter antecedente a procedimento arbitral e obteve decisão liminar favorável, mantendo o Transaction Agreement válido e eficaz. A Ser manterá o mercado informado sobre fatos relevantes relativos a este assunto”, apontou em breve comunicado na véspera. … Leia mais em infomoney 22/10/2020