Se para algumas pessoas quase falir um negócio é sinal de fracasso, para o empreendedor Jorge Vargas Neto foi acúmulo de experiências. As dores vividas com as startups Biva e a Zen Finance, deram a ideia para criação da BHub, uma empresa que oferece soluções de backoffice.

Com menos de um ano de operação, a startup já captou mais de R$ 138 milhões com alguns dos investidores de venture capital mais renomados do país, como o Valor Capital (investidor de Gympass, Loft, Olist, Stone) e a Monashees (tem em seu portfolio Rappi, Meliuz, 99, GetNinjas). E tem como clientes empresas como o unicório mexicano Clara e a startup brasileira Dolado.

“Dentro dessa jornada [empreendedora], cada vez que a gente começa de novo, a gente vai melhor, afinal de contas não estamos mais fazendo algo pela primeira vez” conta Neto sobre sua trajetória até a BHub.

Fundada em julho de 2021, a Bhub oferece serviços de contabilidade, gestão de finanças, recursos humanos e assistência jurídica por assinatura. Como já havia sentido na pele as dificuldades que envolvem a abertura de um negócio e toda sua burocracia, Jorge transformou o problema em negócio.

No exterior, negócios como o unicórnio americano Pilot, que despertou interesse do fundo de investimento do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, já estavam atendendo pequenas empresas com o mesmo mecanismo e atraindo investidores.

“Conhecer a Pilot deu um ‘click’. Eles estavam endereçando muitas das dores que vivi durante minha jornada para criação de um negócio e recebendo investimentos para isso”, afirma Neto.

Nessa empreitada, ele tem como sócios  Fernando Ricco, que tem mais de 10 anos de experiência no mercado de finanças, Marcelio Leal, formado e pós-graduado em ciências da computação e com passagens por empresas como Amazon e Nubank, e a advogada Vanessa Muglia, que passou mais de dez anos em grandes escritórios.

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Trajetória do fundador da BHub

A trajetória profissional de Neto começou com sua carreira no direito em um importante escritório de advocacia de São Paulo: o Pinheiro Neto. Lá, ele atuava com grandes casos de empreendedores conhecidos como David Vélez, do Nubank, e Sergio Furio, da Creditas. Incentivado pela experiência de seus clientes, resolveu criar seu próprio negócio.

Em 2015 as fintechs estavam chegando ao Brasil e Neto criou a Biva — uma startup de empréstimo entre pessoas físicas ou pequenas e médias empresas.

Quando a empresa ainda passava por um momento de construção em mercado, a crise econômica no país começou a complicar seus planos. Eventos como o Impeachment da então presidente Dilma geraram um estresse em modelos de créditos como os oferecidos pela Biva. Ao invés de escalar sua solução e tentar criar um negócio bilionário, a saída encontrada foi vender a operação para o PagSeguro em dezembro de 2017.

Sobre a primeira experiência, Neto relata: “no começo eu tive que aprender muita coisa na marra, assim como qualquer empreendedor que está começando, sobretudo jovem. Tivemos alguns altos e baixos, mas no final tivemos um resultado bom que foi a venda para o PagSeguro”.

Depois da venda, não demorou muito para que o empreendedor partisse para sua nova criação: a ZenFinance, uma plataforma de Crédito como Serviço (CaaS: credit as a service) que permitia o empréstimo de dinheiro de marketplaces para seus fornecedores com menores taxas e menos burocracias.

O problema no caso da ZenFinance foi, mais uma vez, o timing. Três anos depois de sua fundação, a empresa fintech tinha parcerias com grandes empresas como Uber, iFood, Dafiti, Rappi, iZettle e já havia recebido cerca de R$ 11 milhões em investimentos. Até que veio a pandemia do coronavírus.

De acordo com Neto, o negócio tinha levantado fundos com o Global Founders Capital e tinha no radar uma rodada de série A com a gestora de venture capital Valor Capital, mas os efeitos econômicos da pandemia inviabilizaram os planos.

A empresa foi vendida ao Rappi quando estava prestes a fechar e serviu de base para o lançamento de seu próprio banco digital: o Rappi Bank…. leia mais em Índices Bovespa 05/05/2022