À frente do negócio de premix da multinacional francesa, Rodrigo Miguel pretende elevar faturamento de R$ 170 milhões para R$ 510 milhões até 2021/22 A multinacional francesa Neovia, uma das maiores empresas de nutrição animal em atividade no Brasil, lançará neste ano uma ofensiva para ampliar sua presença no segmento de pré-misturas de vitaminas e minerais (premix), mercado de maior rentabilidade da indústria de ração.

O objetivo da Neovia é que, em cinco anos, o faturamento da Wisium, unidade de negócios de premix da empresa francesa, triplique no país, saindo dos R$ 170 milhões registrados no exercício fiscal 2016/17, que terminou em junho, para R$ 510 milhões em 2021/22. Ao todo, o faturamento da Neovia foi de R$ 1,6 bilhão no Brasil no último ano-fiscal.

Controlada pela central de cooperativas francesa InVivo, a empresa de nutrição animal registrou vendas globais de ? 1,7 bilhão no ciclo 2016/17. O Brasil é a principal área de atuação da Neovia, à frente do México e da França. Em entrevista ao Valor, o executivo responsável pelas operações de premix da Neovia no país, Rodrigo Silva Miguel, afirmou que o crescimento da companhia ocorrerá por meio de investimentos orgânicos e aquisições.

“A política de aquisições é muito forte no grupo”, disse o executivo. Ele lembrou que, no último ano-fiscal, a francesa adquiriu oito empresas no mundo, duas delas no Brasil – a Nutrizon, de sal mineral, e a Labtec, de análises laboratoriais para o segmento de rações.

De acordo com Miguel, a Neovia começará a prospectar os ativos na área de premix ainda neste primeiro semestre. A expectativa do executivo é que os trabalhos de prospecção levem entre um ano e meio e dois anos. “Temos esse prazo até que possamos fechar a aquisição”, disse.

Paralelamente, a Neovia também vai investir mais de R$ 10 milhões a partir de julho, no ano-fiscal 2018/ 19, para ampliar a produção de premix nas fábricas que já possui, disse o executivo. Atualmente, a francesa possui 13 fábricas espalhadas pelo Brasil (ver mapa), mas a maior parte delas não produz premix, apenas sal mineral ou ração pronta para animais de companhia e produção. “Vamos adaptar algumas unidades do nosso parque industrial para também produzirem premix”, afirmou o executivo da Neovia.

 A adaptação, que contempla a aquisição de máquinas, será feita inicialmente em duas unidades, afirmou Miguel. A primeira delas, já definida, é a de São Lourenço da Mata, em Pernambuco. “Já temos uma participação importante em premix no Nordeste”, disse ele, sem relevar no entanto a fatia que detém na região e tampouco no país como um todo.

A segunda unidade a ser adaptada será em Minas Gerais, mas a Neovia ainda não bateu o martelo sobre qual das fábricas mineiras receberá o aporte. No Estado, a Neovia possui unidades nas cidades de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Três Corações, na região sul. Na avaliação de Miguel, os planos da Neovia para avançar em premix não podem ser dissociados da tendência global de concentração do segmento.

“O mercado de premix está se transformando rapidamente em um negócio de grandes empresas”, avaliou ele. No planeta, a produção de pré-mistura de vitaminas e minerais é dominada por cinco empresas: as holandesas Trouw Nutrition, De Heus e DSM, a americana Cargill e própria Neovia.
Dessas cinco, apenas a De Reus é pouco representativa no Brasil, país que produz cerca de 55 milhões de toneladas de ração para aves e suínos por ano – o premix representa, em média, 0,4% desse volume, de acordo com o executivo da Neovia.

No Brasil, a expansão da francesa na área de premix será também uma forma de aproximar a operação nacional ao perfil da Neovia no mundo. Segundo Miguel, os premixes representam 30% do faturamento global da francesa, mas apenas 10% do negócio no Brasil. Com o crescimento projetado para os próximos cinco anos no país, essa participação vai crescer e alcançar entre 15% e 20%.Publicado em 03/01/2018 por Valor Online Leia mais em gsnoticias 03/01/2018