A gestora Pátria Investimentos levantou R$ 11 bilhões nos últimos 12 meses com a venda de sete negócios em seu portfólio de infraestrutura e de empresas de seu fundo de private equity. Os recursos, que foram distribuídos aos investidores, vieram de importantes ativos da casa – como a rede de academias Smart Fit, a empresa de foodservice Delly’s, a empresa de data centers Odata e a da rodovia Entrevias.

Em entrevista ao Valor, Andre Salles, sócio CEO e CIO de infraestrutura, e Ricardo Scavazza, sócio CEO e CIO de private equity (que compra participação de empresas), contam que a gestora tem cerca de R$ 80 bilhões em seu portfólio, em cerca de 40 investidas. Desde a fundação da casa, em 1997, foram desinvestidos cerca de R$ 30 bilhões, dos quais quase um terço nos últimos 12 meses.

Na terça-feira, a gestora fechou acordo com a gigante CVC Capital Partners, que passará a controlar junto com o Pátria a Delly’s, uma empresa que fatura cerca de R$ 5 bilhões e tem crescido desde sua fundação, em 2015, por meio de aquisições.No mês passado, embolsou R$ 590 milhões com a venda de 32,6 milhões de ações da Smart Fit, na qual ainda mantém o controle. Em dezembro do ano passado, saiu do setor de data centers ao vender a empresa Odata para a americana Aligned.

Pátria levanta R$ 11 bilhões com venda de ativos em 12 meses

De acordo com Scavazza, o total de desinvestimentos feito pela gestora nos últimos 12 meses originou uma taxa interna de retorno (TIR) de 34% e um retorno de 3,2 vezes, ambos em reais, sobre o capital investido (Múltiplo de Capital Investido). Além de Delly’s, Odata, Entrevias e Smart Fit, estão nessa conta ParaBem e Atis, além da recapitalização da Arke. Em relação à média dos R$ 30 bilhões vendidos, o TIR fica em 23% e o MCI em 2,9 vezes, também em reais.

Em “roadshows” globais, o Pátria tem se posicionado como uma empresa internacional de investimentos alternativos, com capital aberto na Nasdaq, especializada em captar recursos no mundo para buscar oportunidades de negócios na América Latina, sobretudo em setores de infraestrutura, agronegócio e saúde.

Uma das investidas da gestora, a Lavoro, de revendas agrícolas, foi avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão, com suas ações listadas na Nasdaq. O agronegócio é uma forte aposta da casa, que também realizou investimentos em uma distribuidora de insumos para pecuária e em uma empresa de fertilizantes orgânicos, conta Scavazza… leia mais em Valor Econômico 23/06/2023