A novela em torno da venda da usina São Fernando, em Dourados (MS), ganhou mais um capítulo que pode resultar no desmanche da empresa. No dia 18 de março, acionistas da massa falida se reunirão para analisar duas propostas e escolher qual será aceita.

A disputa ocorre entre as empresas Pedra Agroindustrial, de Serrana (SP), e a usina Santa Helena, instalada em Nova Andradina (MS) e que já havia demonstrado interesse no ano passado.

Ambas as empresas apresentaram propostas de compra da usina, porém, a da indústria paulista prevê a retirada de equipamentos do local.

A Pedra Agroindustrial propôs o pagamento de R$ 661 milhões em 20 parcelas anuais, com entrada e caução de R$ 10 milhões e mais 19 parcelas de R$ 20 milhões, que sofrerão reajuste de 5% ao ano.

Desta forma, os depósitos começam com o valor de R$ 21 milhões e terminam na casa dos R$ 50,5 milhões, conforme cronograma apresentado. Entretanto, a proposta diz que “os bens de objeto do edital poderão ser levados a outras unidades produtivas a critério da proponente (Pedra Agroindustrial), sem que esta opere a massa falida da usina”. Ou seja, não há garantia de operação.

Na outra proposta, a previsão é do pagamento de R$ 690 milhões pela massa falida em 30 parcelas de R$ 20 milhões, com entrada e caução de R$ 10 milhões. Segundo o cronograma de pagamento, o depósito iniciaria na casa dos R$ 22 milhões e terminaria em cerca de R$ 88 milhões, totalizando mais de R$ 1 bilhão.

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Processo de venda

A usina São Fernando está à venda desde 2017, depois de ter sido decretada sua falência. Em 2021, a negociação para a venda da propriedade recebeu proposta de quatro empresas.

Após disputas judiciais, a Santa Helena retirou sua oferta e os demais interessados fizeram um acordo. A primeira a ter preferência pela usina era a AGF Indústria Produtora de Açúcar, Etanol e Energia Elétrica. Ela deveria pagar R$ 375 milhões relativos à aquisição, com prazo de 180 dias.

Como não conseguiu honrar a data e as cláusulas estipuladas, a justiça tirou a AGF do processo e declarou outra empresa vencedora, o Consórcio EGS, de São José dos Campos (SP). A empresa paulista teve até o dia 13 de outubro de 2021 para pagar R$ 520 milhões ou apresentar fiança bancária para pagamento, mas não conseguiu cumprir o estipulado.

Com isso, a Justiça declarou a multinacional Millenium Bioenergia como nova vencedora do certame. A Millenium teve até o dia 28 de outubro para depositar os R$ 351 milhões ou apresentar a fiança, o que também não foi cumprido… leia mais em Novacana 14/03/2022