Não há inverno que sempre dure nem primavera que nunca chegue é uma expressão bastante conhecida. Fundos de venture capital e startups se agarram nessa premissa para superar o tempo de escassez. Para executivos ex–Tarpon, esse é o período de preparar os cavalos para a batalha.

Rubens Terra, Paulo Henrique Merotti e Felipe Vasconcellos, que estavam na gestora fundada por Zeca Magalhães, se uniram a Felipe Uchida para criar a Equus Capital, uma empresa que vai em busca de negócios que envolvam internet das coisas (IoT), big data e inteligência artificial.

“Estamos atrás de teses inevitáveis no longo prazo, apoiadas por tecnologia”, diz Terra, em conversa com o NeoFeed.

Merotti complementa: “Estamos trazendo para o venture capital a criação de valor e o ativismo que aprendemos na Tarpon, algo que empresas em early stage ainda são muito carentes”.

O primeiro fundo de investimento alternativo da casa é o Seabiscuit – homenagem ao equus, ou cavalo, que foi uma lenda no turfe americano e teve sua história contada em livro e no filme “Alma de Herói”. Ele tem um capacity de R$ 150 milhões e ainda está aberto para captação, embora já esteja comprometido com family offices e fundos de fundos.

A estrutura montada por Merotti, que cuidava do jurídico e do compliance da Tarpon, é para o fundo ser um veículo acessível e flexível para investidores qualificados, ou seja, com mais de R$ 1 milhão em investimentos e não apenas aos profissionais, com patrimônio superior a R$ 10 milhões.

Os cheques da Equus serão entre R$ 8 milhões e R$ 15 milhões. O horizonte é encontrar até 12 empresas em fase de seed money, série A e até B para que a concentração de risco não fique grande demais.

“O mercado está difícil pelos juros altos e pela aversão ao risco. E esse é o primeiro fundo de uma gestora nova. Mas temos o cuidado de não sair fazendo cheques por fazer”, diz Merotti.

O cuidado tem sentido. A Equus foi criada no segundo semestre do ano passado, mas só há algumas semanas assinou o primeiro cheque para a empresa de IoT Syos, especializada em fazer a gestão e o monitoramento de temperatura e umidade em equipamentos das áreas alimentar e farmacêutica.

Com um sensor instalado dentro dos refrigeradores, a Syos recebe dados e monitora em tempo real as condições dos produtos nesses locais. A empresa detém 230 clientes, entre indústrias, centros de distribuição, operadores logísticos, hospitais, laboratórios e redes varejistas. São nomes como a Minerva Foods, a Tirolez, a Rede D’Or, o Hortifruti, a Rede Zona Sul entre outras.

A Equus se comprometeu a aportar até R$ 12 milhões – o primeiro cheque foi de R$ 1,5 milhão. A Syos já é uma investida de KPTL e da Indicator Capital.

O grande prêmio da Equus

Nos últimos meses, os fundadores da gestora identificaram 50 empresas que se encaixam na tese secular proposta por eles. Dessas, três estão em processo de diligência. Uma delas é uma startup que identifica vazamentos na transmissão de água, com … leia mais em NeoFeed 05/06/2023