Após um segundo semestre de 2021 bastante negativo, com o Ibovespa sendo rara exceção em um “bull market” (mercado de alta) global, 2022 pode trazer algumas alternativas de recuperação para o índice local. Pautas como alta da inflação e elevação dos juros, que preocupavam lá fora, mas já eram realidade no ambiente doméstico, seguirão influenciando diretamente os fluxos dos investidores e, possivelmente, poderão beneficiar alguns ativos de risco brasileiros. Esta é a avaliação de Ed Kuczma, cogestor de fundos de ações latino-americanas na BlackRock.

Estamos otimistas em relação ao Brasil para 2022, porque acreditamos que o país alcançará o pico no ciclo de aumento de juros e que as eleições, apesar dos desafios, criarão também oportunidades de investimento ao longo do ano. Além disso, eu poucas vezes vi empresas tão baratas no mercado”, diz Kuczma, em entrevista ao Valor.

O gestor entende que as taxas de juros no país são historicamente elevadas e que o real está bastante depreciado, o que reflete muitas variáveis, como o risco político. Ademais, quando se olha de um ponto de vista macro, o país tem desempenho pior que os pares em termos de dinâmica fiscal e da dívida em relação ao PIB.

Leia também demais posts relacionados a Economia no Portal Fusões & Aquisições.

Imagem: Reprodução / Pxfuel

Contudo, dada a história de pressão inflacionária no país, ele afirma que o Banco Central está certo em ser agressivo e que o “trade-off” (escolher uma coisa em detrimento de outra) disso será o impacto no crescimento. “Eles estão tomando o remédio antecipadamente para garantir que a economia seja saudável daqui para a frente”, diz. “Então, diria que é, sim, algo positivo no longo prazo e, para nós, as taxas crescentes definitivamente tornam o real e o Ibovespa mais atraentes. Quanto mais alta é a Selic, mais o investidor internacional ganha no já tradicional ‘carry trade’”, afirma…..Saiba mais em Valor Econômico 25/01/2022