Os fundos de private equity devem ter um papel cada vez mais importante nas ofertas de ações realizadas no mercado brasileiro. A avaliação é de Fabio Nazari, sócio responsável pela area de mercado de capitais do BTG Pactual. “Os fundos são tanto uma fonte importante de recursos para as companhias como para a oxigenação do mercado como um todo”, defende.

Nazari lembra que o País tem recebido um grande volume de recursos de fundos, e é natural imaginar que em algum momento os investidores sairão das posições adquiridas. Uma das alternativas é justamente o IPO. “É difícil dizer apenas quando ocorrerá esse movimento”, diz.

Para analistas, a venda de ações por fundos de private equity em processos de abertura de capital é considerado natural no mercado, desde que o preço dos papéis reflita a situação da companhia e proporcione uma perspectiva de valorização. O bom desempenho na bolsa da maior parte das novatas é um sinal de que o valor das ofertas tem correspondido às expectativas de ambos os lados, segundo Nazari.
“O aporte dos fundos estimula o crescimento da empresa e a acelera o acesso ao mercado de capitais”, diz o gerente de análise da Modal Asset Management, Eduardo Marques Roche. Ele afirma, porém, que nem todas as companhias têm demonstrado maturidade suficiente para abrir o capital.

Em alguns casos, mesmo IPOs de empresas que receberam investimentos de private equity – geralmente vistas como mais bem preparadas para ir a mercado – acabaram fracassando. A International Meal Company (IMC), rede de franquias de restaurantes controlada pela Advent, só conseguiu abrir o capital na segunda tentativa, depois de receber um nova rodada de aporte de capital dos sócios.
Fonte: Valor Econômico29/06/2011