A paralisação nos mercados de capitais diante do receio de uma nova recessão global tem dificultado a saída dos fundos de private equity das empresas nas quais investiram. De julho a setembro, o volume financeiro de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas que têm entre os sócios fundos de private equity caiu pela metade se comparado com igual período de 2010, para US$ 2,9 bilhões, de acordo com estudo da consultoria Ernst & Young.

O número de empresas apoiadas por private equity que foram à Bolsa diminuiu a 21 no terceiro trimestre, contra 28 um ano antes. É a menor quantidade desde o segundo trimestre de 2009.

Historicamente o terceiro trimestre é um período mais fraco para ofertas de ações em virtude das férias escolares no Hemisfério Norte – mas mesmo considerando isso o cenário agora é de aversão maior a IPOs do que em anos anteriores devido ao fraco desempenho das bolsas de valores e às perspectivas incertas sobre a economia, segundo a Ernst & Young.

A Nasdaq e a Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos, continuam sendo o principal destino dos IPOs feitos por empresas com fundos de private equity. No terceiro trimestre, foram nove ofertas estimadas em US$ 2 bilhões. A Europa registrou apenas dois IPOs no período, e a Ásia, dez.

O levantamento da Ernst & Young considera ofertas de ações nos EUA, na Europa e na Ásia. No Brasil, algumas empresas com apoio de private equity têm ido à Bovespa.
Em julho, a fabricante de relógios Tecnhos movimentou cerca de R$ 460 milhões em seu IPO. A maior parte foi na oferta secundária pela qual o GMT Fundo de Investimento em Participações reduziu sua fatia na empresa.

Na primeira metade de 2011, a Qualicorp, com participação do Carlyle, e a Brazil Pharma, que tem entre os acionistas fundos do BTG Pactual, fizeram IPO.

Ao longo dos últimos anos, emissões de companhias como Gafisa e Anhanguera Educacional também foram porta de saída para fundos de private equity.
“Em 1994, atuavam no Brasil três fundos de private equity. Hoje são mais de 50″, disse o sócio de transações corporativas da Ernst & Young no país, Carlos Asciutti.
Fonte:dci18/10/2011