A Proesc, uma edtech focada em soluções de gestão para instituições de ensino, captou R$ 8 milhões em seu primeiro aporte, arrecadado em rodada pré-série A, a qual foi liderada pela Square Knowledge Ventures, holding carioca de investimentos em tecnologias para aprendizagem e gestão escolar.

Até aí, tudo normal. Mais um investimento em tecnologia para o setor de educação, um mercado em alta. O diferente nessa história é que a Proesc foi fundada em 2008 em Macapá, capital do Amapá, sendo de acordo com seus fundadores a “primeira startup do estado”.

Proesc levanta R$ 8 mi

Foi o primeiro aporte na edtech, que oferece matrícula on-line, gestão pedagógica do professor, gestão financeira da escola, gestão acadêmica, ensino remoto, controle de bibliotecas e CRM para captação de novos alunos para 1,5 mil unidades educacionais em todo o país, além de Angola, Moçambique, Portugal e Senegal.

De acordo com Felipe Ferreira, CEO da Proesc, a empresa foi “criada para crescer por conta própria”, como uma forma de prosperar em um cenário de falta de incentivo para o ecossistema de startups na época da fundação.

“A gente não tinha essa visão de empresas que são criadas para crescer através de aportes. O fato de a gente estar em uma região que isso não é uma prática tão comum faz a gente ter um baixo nível de consciência sobre as oportunidades e os benefícios disso. O grande investidor da Proesc era a própria Proesc”, relembra Ferreira.

Segundo Ferreira, durante o período da pandemia a empresa, hoje com 75 funcionários, fez uma série de ajustes internos, gerando confiança na capacidade de atendimento e disposição para procurar fundos de investimento, o que significou enfrentar a distância dos centros que concentram a maioria das startups no país.

Macapá fica quase isolada do resto do país pelo Rio Amazonas (só é possível chegar em Belém de barco) e um voo para São Paulo demora 5 horas, e nem sempre é muito acessível.

“Não dava para comprar uma passagem em cima da hora. No Amapá você paga de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil em um trecho de voo. Não adianta ir de barco, porque é uma viagem de no mínimo 24 horas. Isso não estava sendo uma boa logística”, relata Ferreira.

Assim, a sede da Proesc segue em Macapá, mas Ferreira optou por se mudar para a capital paulista para se aproximar de potenciais investidores. Para o CEO, as próximas startups do estado não devem ter tantos problemas.

“Nós fomos a primeira startup do estado, não tinha esse mercado estruturado de hoje. A gente foi desbravando muita coisa e criando o ecossistema de inovação do Amapá. Um dos nossos objetivos é não só desenvolver a Proesc como empresa, mas conseguir construir no Amapá a possibilidade de o estado ser uma referência nacional em inovação”, explica.

Em 2013, os líderes da Proesc participaram da criação da Tucuju Valley, comunidade de inovação, tecnologia e empreendedorismo para startups amapaenses inspirada no Silicon Valley.

Hoje, a organização reúne mais de 60 empresas de alto impacto na região, incluindo Tributei, Leva+, Univotos, Druget e TwoTrips.

No ano passado, a Tucuju foi eleita a comunidade revelação do Brasil de 2022 pelo Startup Awards, premiação anual considerada o Oscar das empresas emergentes.

PROJETOS INTERNACIONAIS

Em um primeiro momento, o foco da Proesc era o setor público, incluindo o governo estadual do Amapá e algumas prefeituras da região Norte. Foi apenas em 2016 que a edtech passou a investir em se tornar uma referência na área privada.

Desde então, a empresa converteu 70% de sua base de clientes em instituições privadas, versus 30% da área pública, a maioria situada respectivamente nas regiões Sudeste, Norte, Nordeste e Sul.

Entre o público-alvo da startup se destacam atualmente as instituições de ensino básico, 95% das atendidas, ou seja, escolas que vão do ensino infantil ao ensino médio. Além disso, a edtech também presta serviços a universidades e institutos.

Internacionalmente, a empresa atende o Instituto Politécnico de Cáala, que conta com mais de 12 mil alunos, e a Turma Tchi, ambos na Angola.

O movimento de internacionalização começou em 2018, com a captação de países que também têm o português como língua materna, através de conteúdos digitais publicados no blog da Proesc. Na época, os primeiros clientes internacionais vieram de Portugal, Angola e Moçambique.

“A Proesc vai focar muito em crescer sua participação de mercado e buscar liderança no mercado de gestão escolar brasileiro. Para isso, nós pensamos em algumas unidades de negócios que nós já trabalhamos hoje, mas que se profissionalizarmos de forma individualizada, representarão um canal de crescimento”, explica o CEO da Proesc.

De olho no futuro, as metas da edtech incluem um salto de 73% no faturamento de R$7,5 milhões registrado em 2022, chegando a R$ 13 milhões, juntamente a atingir 3 mil clientes, objetivo que, conforme Ferreira, permitirá que a Proesc entenda o tamanho do mercado em que a empresa irá mirar para expandir sua internacionalização em países como.. Leia mais em baguete 04/03/2023