O ano de 2024 tem todas as características de aumento do número de transações de M& A se comparado ao ano de 2023. O empresário antenado tem a curiosidade de entender se é atrativo o suficiente para o casamento com fundos de investimentos ou compradores estratégicos.

Por outro lado, entender o humor e a atual capacidade financeira dos agentes são fundamentais para se preparar rumo à entrada de novos sócios no timing correto. Vale discorrer brevemente aqui sobre os setores usuais: agro, saúde, serviços, finanças, energia, tecnologia, distribuição, health tech & fintech, além de varejo e infra são setores que sempre têm atenção de investidores no Brasil.

Quando falamos de atratividade, o tamanho das empresas alvo também é um critério importante a ser analisado e os valores variam por setor. Em geral, os investidores olham para determinados tamanhos mínimos de empresas.

Há maior interesse por revendas acima de R$100milhões no Agro, de R$40 milhões para hospitais em Saúde, de R$ 20 milhões para empresas Saas no setor de tecnologia, de R$50milhões para comercializadoras e marketplaces no setor de energia, de R$100milhões para supermercados e assim por diante.

O importante aqui é entender as teses por trás do interesse do comprador de forma que o vendedor possa tentar abocanhar parte das sinergias da operação como formação de preço da transação. É uma ilusão e ingenuidade achar que o advisor vai conseguir precificar no momento zero da venda todas as sinergias da tese de investimentos e trazer somente para o lado do seu cliente. Tudo que exige execução, traz risco e os fundos precisam dar retorno a seus cotistas, tipicamente algo da ordem de 20 a 25% a.a. Logo, eles vão negociar e deverão ficar com boa parte da geração de valor daquele casamento.

As teses dos compradores, isto é, fundos de investimento e players estratégicos variam.

Citamos para efeito didático algumas como buy and build“, visando estabelecer uma plataforma dominante em um mercado ainda pulverizado, buscando melhoria de gestão, escala e redução de custos; portfólio mix” , com compras de serviços ou tecnologias complementares que trarão cross selling e upselling na base de clientes , redução de churn e fidelização e,acquihire“, onde o investidor está preocupado em trazer novos cérebros para oxigenação do seu negócio, uma vez que o mesmo já está maduro e entrando no ciclo de envelhecimento . Sempre dá para buscar uma parcela do valor atrelado ao risco de execução e ser premiado no sucesso, chamamos isto de “earn out”, dado que fica mais fácil chegar a um acordo sobre o que se conquistou do que dividir dinheiro de mentira.

Isto posto é hora de o empresário entender o seu tamanho atual, fazer os seus exercícios e alimentação corporativa adequadas para nutrir ” a criança ” e transformar o seu negócio atrativo o suficiente para um futuro casamento. Como sempre, com um bom planejamento a estrada sempre fica mais fácil de ser atravessada. “Bora malhar”! Autor: Marco França – engenheiro pela PUC, possui MBA pela Coppead e é fundador da Auddas.

Com informações da Auddas 26/02/2024