A cleantech mineira Recicla.Club anuncia nesta quinta-feira (2/2) a captação de R$ 979 mil a partir da plataforma de equity crowdfunding Captable. Ao todo, 314 investidores aportaram na startup, que criou uma plataforma de gestão de resíduos por assinatura para empresas. O capital será utilizado para expandir os serviços a partir do investimento em tecnologia e marketing.

Fundada em 2018, a cleantech operava no formato bootstrap até agora – ou seja, bancando-se com recursos próprios. Tanto Priscila Faria, fundadora e CEO, quanto Vitorino Oliveira, fundador e CTO, vêm de famílias simples e não tinham recursos, nem contatos, para investir na startup. “Sempre crescemos por conta própria. Temos certeza de que conseguiríamos seguir assim, mas tecnologia demanda investimento intensivo de capital. Para conseguir mais clientes, precisava melhorar a solução. Ficamos em um impasse”, conta Faria.

A empreendedora afirma que eles tentaram todas as opções de financiamento antes de seguir o caminho do crowdfunding, mas não tiveram sucesso. Enviaram formulários para gestoras de investimentos, sem obter retorno, e chegaram a fazer reuniões com fundos de venture capital, que não deram resultado. “É ilusão dizer que há dinheiro abundante no Brasil, principalmente no early stage. Passamos mais de um ano em reuniões ostensivas e eu deixava de colocar energia no negócio por isso. Foi uma frustração muito grande”, desabafa. Passar pelo processo de avaliação para receber investimento via equity crowdfunding foi uma saída democrática, na visão da fundadora – uma forma de furar a bolha que não investia na Recicla.Club.

Recicla.Club startup de gestão de resíduos capta quase R$ 1 milhão

A história de Faria no empreendedorismo se assemelha a muitas outras. Ela relembra de vender balas e panos de prato ainda na infância porque gostava de se conectar com as pessoas. Quando criança, vestia os blazers da mãe para brincar de empresária. Ela se formou em administração de empresas e passou a trabalhar em uma mineradora, acreditando que seguir carreira em multinacional seria o seu caminho profissional. Mas não tardou a perceber que precisava trabalhar com algo que preenchesse o coração e trouxesse a sensação de propósito.

Em 2017, ela fez um intercâmbio para o Peru, onde desenvolveu um aplicativo para reciclagem. Ao voltar para o Brasil, resolveu adaptar a ideia para empresas porque sentia que era um campo promissor e pouco explorado no país. Faria conheceu o sócio em um projeto voluntário de reciclagem, e ele lhe apresentou uma dor do mercado – Oliveira tem uma empresa de lixo eletrônico, a BH Recicla. “Os clientes pediam para ele coletar todos os tipos de resíduo porque queriam uma única empresa cuidando de tudo”, conta.

Em 2018, eles fundaram o Recicla.Club. Inicialmente, a startup promovia a conexão entre as empresas e diferentes parceiros de coleta. Ao longo dos anos, a ideia foi sendo aprimorada a partir das necessidades dos clientes. Hoje, a cleantech oferece uma solução que cuida da rastreabilidade dos resíduos e emite relatórios de sustentabilidade, além de desempenhar mais de 20 atividades correlacionadas à coleta, como emissão de certificados e gestão de resíduos.

A Recicla.Club opera no modelo por assinatura, oferecendo três pacotes para as empresas, com valores a partir de R$ 1 mil por mês. A startup realiza um diagnóstico gratuito para avaliar em qual estágio está a companhia e qual pacote melhor atende as demandas por sustentabilidade. “Fazemos a gestão de 100% dos resíduos para …. leia mais em PEGN 02/02/2023