O setor de saúde ganhou importância na economia brasileira na passagem de 2008 para 2009, quando a participação das despesas com consumo final de bens e serviços do segmento no Produto Interno Bruto (PÌB) passou de 8,3% para 8,8%. Nesse período, as despesas com bens e serviços de saúde no Brasil, que incluem gastos de famílias, governos federal, estaduais e municipais, e instituições sem fins lucrativos, aumentaram 12,89%, de R$ 251,2 bilhões para R$ 283,6 bilhões. Os dados constam da pesquisa Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O estudo constatou que o país, como um todo, elevou os gastos com saúde, processo que ocorreu em vários outros países. À medida que a população envelhece e vive mais, demanda mais serviços”, diz o gerente da coordenação de contas nacionais do IBGE, Ricardo Montes de Moraes.

A elevação da participação da saúde na economia brasileira entre 2008 e 2009 foi sustentada pelo crescimento das despesas governamentais e das famílias. As três esferas de governo investiram, juntas, R$ 107,4 bilhões em 2008, o que representou 3,5% de todo o PIB, mesma proporção verificada em 2007, quando os gastos foram de 94,2 bilhões. Em 2009, os investimentos foram ampliados para R$ 123,5 bilhões, ou 3,8% do PIB, ano em que a crise econômica mundial levou a uma queda de 0,3% no PIB. As despesas públicas per capita com consumo de bens e serviços de saúde foram de R$ 645,27 em 2009.

Apesar dos investimentos do governo, são os gastos das famílias que mais demandam bens e serviços da saúde. Os gastos das famílias e das instituições sem fins lucrativos, como igrejas, sindicatos e ONGs, passaram de 4,7% do PIB. Por Diogo Martins
Fonte:valor18/01/2012