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A Future Cow chegou recentemente no mercado e recebeu cerca de R$ 2 milhões em investimentos, somando recursos dos fundos Antler, Big Idea Ventures e da Fapesp.

A Future Cow produziu o seu primeiro lote de ‘leite’ sem precisar tocar em nenhuma vaca. A startup paulista usa a tecnologia de fermentação de precisão, semelhante às aplicadas no processo produtivo de cervejas e vinhos, para fazer proteínas do leite e do soro de leite.

Entre as novas gerações de alimentos, a fermentação representa um terceiro movimento de inovação. O primeiro foi o plant-based; seguido por proteínas cultivadas, método que usa as células dos animais para o desenvolvimento dos produtos.

Na fermentação de precisão, as empresas pegam o DNA dos animais, encontrados em bancos de dados digitais, decodificam e aplicam uma técnica de engenharia genética para carregar as informações em leveduras.

O método, conhecido como DNA recombinante, permite a geração de proteínas semelhantes às produzidas pelos animais – no caso da Future, das vacas. No mundo, a startup mais avançada com o uso dessa tecnologia é a Perfect Day, uma americana que já levantou US$ 750 milhões desde o início da operação, em 2014. O primeiro produto com fermentação de precisão da empresa entrou no mercado em 2020 e se tornou a grande atração do negócio.

Nem de vaca nem de aveia: startup brasileira faz o seu primeiro ‘leite’ em um tanque de fermentação

Como surgiu o negócio da startup

A história da Future Cow é bem mais recente e ganhou corpo há alguns meses na segunda edição do programa de residência da Antler, realizado no início deste ano, em São Paulo.

O empreendedor Leonardo Vieira, e a cientista e engenheira de alimentos formada pela Unicamp, Rosana Goldbeck, se conheceram nos últimos anos. Depois de uma temporada nos Estados Unidos, Vieira tinha acabado de retornar ao Brasil com o desejo de criar uma biotech e encontrou em Goldbeck a parceira para o projeto.

O programa da gestora caiu como uma luva para tirar o plano do papel. Ao longo de 10 semanas do programa, os formataram o desenho do negócio e, ao final, a Future Cow saiu do programa com um aporte de US$ 150.000 – ou 700.000 reais.

Meses depois, a ideia atraiu um novo investidor, o Big Idea Ventures – conhecido como o fundo que mais ativamente coloca recursos em startups de alimentos e do agro -, com mais US$ 200.000, além da Fapesp.

A produção deste primeiro protótipo é uma conquista para a startup e a habilita para dar os próximos passos. Hoje, nesta etapa inicial do negócio, o trabalho é feito em tanques de fermentação de 15 litros.

As próximas fases passam por avançar para tanques com capacidade de 200, 2.000 e 5.000 litros. “Nós atingimos o MVP. Agora, vamos produzir para testar a nossa tecnologia em uma planta industrial”, afirma Vieira…. leia mais em Ioeste 06/12/2023