A empresa de análise de crédito agrícola A de Agro, de Rafael Coelho, deve faturar R$ 8 milhões em 2023 e prevê triplicar de tamanho no ano que vem

A A de Agro, startup de dados para o agronegócio, já recebeu duas rodadas de investimentos, somando R$ 40 milhões, espera faturar R$ 8 milhões neste ano e triplicar de tamanho em 2024. Criada em 2019 pelo ex-aluno do Insper Rafael Coelho, a empresa já intermediou cerca de R$ 750 milhões em créditos para produtores por meio da plataforma.

Os números positivos são motivo de orgulho para Coelho, que se formou em Administração, na turma de 2007, no Insper. “A rede de contatos e toda a parte ferramental foram importantes para a minha carreira. Uso muito a base estatística que aprendi, uma vez que minha empresa é focada em machine learning”, diz Coelho.

STARTUP FOCADA EM AGRONEGÓCIO RECEBE APORTE
STARTUP DE EX-ALUNO DO INSPER FOCADA EM AGRONEGÓCIO RECEBE APORTE DE R$ 28 MILHÕES

Além disso, as habilidades desenvolvidas no Insper também colaboraram para a formação do gestor. “Fui presidente do Diretório Acadêmico no Insper e isso me ajudou a aprender sobre relações comerciais e a fazer gestão na prática. Também participei do projeto voltado ao empreendedorismo e consegui aprimorar meu pitch. Além da matéria tradicional, todas as experiências complementares me ajudaram bastante”, afirma.

A ligação com o Insper ainda é uma realidade na vida do empreendedor. “Sou doador e embaixador do fundo de bolsas. Além disso, sou fundador do Insper Angels e fui do Conselho do Centro de Empreendedorismo. Tenho ligação próxima com professores e com a direção da escola.”

A carreira de Coelho foi marcada pelo empreendedorismo. Ele é cofundador de outros dois negócios: a gestora de venture capital W7 e a fintech Monkey Exchange. Também tem uma passagem de cinco anos na Louis Dreyfus, na área de trading research para o agronegócio. “Sou nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e filho de produtores rurais. Acho que o agronegócio era meu destino, mas entendi que poderia aplicar tecnologia no setor”, afirma.

Coelho e seus sócios desenvolveram um primeiro sistema que gerava dados sobre as safras de soja, com base nas imagens de satélite, e que conseguia metrificar o nível de produtividade de cada fazenda. De lá para cá, a startup já criou um produto semelhante para a análise do milho e da cana-de-açúcar. “A ideia é que a A de Agro seja uma geradora de dados para o agronegócio como um todo. Começamos na área de crédito, mas estamos expandindo para outras frentes, como seguros.

Ponto de equilíbrio

Em maio de 2023, a empresa fechou seu primeiro mês com break even — ponto de equilíbrio, quando os ganhos de uma empresa se igualam aos custos. “Nossa meta é que em 2024 já tenhamos todos os meses com resultados positivos.”

Para isso, a companhia conta com a recente captação de R$ 28 milhões liderada pela DXA Invest — a gestora de venture capital do empresário Oscar Decotelli que já apostou em startups como Zee.Dog, Greenpeople e Flapper — e teve a participação da Suno, a empresa de research de Tiago Reis.

“Essa captação será usada para desenvolver novos produtos e fazer a plataforma mais focada no consumidor final, e não só no B2B. Queremos ser parceiros do produtor rural e estar ao lado dele desde a pré-produção até o pós-colheita”, afirma Coelho. Ele conta que a A de Agro também vai criar novos bancos de dados para expandir o mapeamento de commodities. “Hoje trabalhamos com grãos (soja e milho) e cana-de-açúcar, mas vamos incluir café e algodão”, diz. Para isso, a startup também vai ampliar seu quadro de funcionários, dos atuais 40 colaboradores para 55 até o final do ano… Leia mais em insper 20/10/2023