Uma das poucas companhias brasileiras de serviços de tecnologia da informação (TI) a apostar em um projeto de internacionalização, a Stefanini anunciou hoje o plano de investir R$ 300 milhões nos próximos três anos.

Com o aporte, a companhia pretende consolidar-se como uma marca global e, ao mesmo tempo, impulsionar seus negócios no mercado brasileiro. Nessa direção, 50% do montante será reservado à operação local.

Como resultado desses investimentos, a empresa prevê a contratação de 2,5 mil a 3 mil funcionários ao longo de 2012. Atualmente, a Stefanini conta com 14 mil funcionários distribuídos em 71 escritórios localizados em 28 países. Com essa estrutura, a companhia estima fechar 2011 com uma receita de R$ 1,24 bilhão, um crescimento de 21% em relação ao ano passado.

Para 2012, a previsão é atingir um faturamento de R$ 1,67 bilhão.

A estratégia para alcançar esse resultado será combinar crescimento orgânico com novas aquisições no Brasil e no exterior, diz Marco Stefanini, fundador e presidente da empresa. O objetivo é ganhar escala nas operações e ampliar o portfólio de serviços, que inclui desenvolvimento de software sob medida, entre outros recursos.

Nos últimos 12 meses, a companhia destinou US$ 100 milhões para comprar as americanas TechTeam e CXI, além da colombiana Informática & Tecnologia. “Nesse ano, tivemos o grande desafio de absorver e integrar essas novas operações. Para 2012, queremos gerar mais negócios e sinergia a partir dessa base que criamos”, diz Marco Stefanini, fundador e presidente da empresa.

No plano das aquisições internacionais, o executivo destaca que o principal alvo é o mercado americano, seguido pela Europa, mesmo diante dos efeitos da desaceleração econômica global nessas regiões. “Para nós, quanto maior e mais maduro o mercado melhor, pois as empresas consomem mais serviços de TI, diferentemente de países como a Índia, nos quais a demanda por equipamentos ainda é muito forte”, explica.

Seguindo a trilha para consolidar o modelo de atuação global, a Stefanini também está promovendo uma reestruturação operacional, com a divisão dos negócios em quatro regiões. A partir de janeiro, Mônica Herrero e Marcelo Ciasca assumem como executivos-chefes do Brasil e América Latina, respectivamente. Até então, o organograma da empresa contava com líderes em outras duas regiões: Europa e América do Norte, que compreende ainda Ásia/Pacífico.

“Meu maior desafio é concorrer com as outras operações, em virtude da escassez de mão de obra e do custo Brasil. Em atendimentos regionais, por exemplo, o México tem um custo muito mais atrativo que o nosso”, diz Mônica.

A executiva acrescenta que a operação brasileira será a base de lançamento de um projeto de inovação que está sendo implantado pela Stefanini. Com um investimento inicial de R$ 15 milhões, a proposta é estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócio por meio de projetos de funcionários e startups, além de parcerias com universidades. Por Moacir Drska
Fonte:Valor08/12/2011