Num movimento ensaiado há pelo menos um mês, o empresário Nelson Tanure se tornou acionista da Azevedo & Travassos, prestadora de serviço no setor de óleo e gás que está se preparando também para voltar a produzir. Segundo comunicado da companhia, fundos geridos pela MAM Asset, do Banco Master, detém 6,78% das ações ordinárias e 2,76% das preferenciais. Ontem, as ações subiram 17%.

Em meados de agosto, Tanure participou de um encontro da Azevedo & Travassos com investidores, no hotel Fasano Itaim, em São Paulo, com apoio do Banco Master. Ali, já circulava no mercado rumor de investimento do empresário na companhia, o que foi negado por ele e pelo chairman da Azevedo, Gabriel Freire na ocasião. Segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, o investidor comprou ações no mercado à vista e também bônus de subscrição.

Freire contou que conheceu Tanure meses antes e que o empresário havia se tornado um “mentor” da companhia. “Para retomar a atividade exploratória da empresa, busquei pessoas que entendem do setor e, com a experiência do Tanure na PetroRio, busquei orientação dele sobre mercado endereçável, oportunidades no mercado secundário de petróleo, primeiros passos para retomar essa operação“, disse.

Tanure compra participação na Azevedo & Travassos

Já o Master, emendou, é o banco de relacionamento da companhia. A Rocket Capital assumiu controle da Azevedo em 2019, quando Freire foi para o board.

Tanure é um dos principais acionistas da Prio (ex-PetroRio). “A Azevedo & Travassos tem oportunidades para ser uma mini-Prio, não só em produção de óleo, mas avançando na cadeia de serviços”, analisa Hugo Queiroz, sócio-diretor da gestora L4 Capital. “O volume que de descomissionamento de campos para os próximos anos pode abrir uma oportunidade relevante de crescimento numa cadeia de serviços que é ainda muito fragmentada. Quem faz isso com alguma escala é a Heftos, que era da UTC Engenharia e foi comprada pela Azevedo.”

A carteira de descomissionamento da Petrobras passa de 27 plataformas entre 2028 e 2030, volume de quase US$ 10 bilhões. A Azevedo quer ser parceira de pequenos produtores em poços de petróleo maduros em investimentos de aumento de produtividade, participando desse incremento de produção… leia mais em Pipeline 26/09/2023