O UBS anuncia nesta segunda-feira a conclusão legal da aquisição do Credit Suisse. A união dos dois gigantes financeiros suíços foi anunciada em 19 de março, após um acordo costurado por autoridades suíças como forma de resolver a crise de confiança que se abatia sobre a então segunda maior instituição do país.

O fechamento oficial da operação ocorre menos de três meses após o negócio ter sido acertado. O UBS publica uma carta aberta na edição do Valor desta segunda-feira na qual torna pública a conclusão e reafirma compromissos com os clientes dos dois bancos.

Segundo a instituição, “vamos reunir a experiência coletiva, a escala e liderança em gestão de patrimônio do UBS e do Credit Suisse para criarmos uma única empresa ainda mais sólida”. O documento buscou reforçar a ideia que as turbulências enfrentadas pelo antigo Credit Suisse ficaram para trás.

Conforme a carta, “nunca comprometeremos a forte cultura, a abordagem conservadora de risco ou a qualidade dos serviços do UBS”. A declaração é assinada pelo presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher, e pelo presidente global do grupo, Sergio Ermotti.

A aquisição ocorreu em um momento no qual o Credit Suisse passou a enfrentar uma intensificação da crise de confiança após a quebra de bancos regionais nos Estados Unidos, em março. Os problemas da instituição remontam a 2021, com a falência da Greensill, que causou um prejuízo de US$ 10 bilhões a clientes do Credit.

Logo em seguida o Credit se viu envolvido em outro desastre financeiro: as perdas do fundo Archegos. O veículo operava de forma alavancada, com uso de empréstimos de bancos. O banco suíço estava entre as instituições mais expostas à casa e viu evaporar mais US$ 4,7 bilhões.

Como resultados das perdas, clientes começaram a sacar em massa os recursos do Credit. O problema se intensificou quando os bancos regionais americanos começaram a quebrar no fim do primeiro trimestre de 2023, o que levou correntistas e investidores a colocar em dúvida a sustentabilidade da instituição.

Diante do risco de uma quebra da então segunda maior instituição financeira do país, as autoridades da Suíça costuraram na segunda quinzena de março o acordo que resultou na aquisição do Credit Suisse pelo UBS por US$ 3,25 bilhões. O gigante financeiro global que resulta da fusão reúne US$ 5,465 trilhões em ativos investidos globalmente, segundo estimativa do J.P.Morgan… leia mais em Valor Econômico 12/06/2023