Os executivos da Ultrapar (UGPA3) afirmaram, em teleconferência de resultados realizada no início da tarde desta quinta-feira (12), que a companhia pretende utilizar o capital da venda da Oxíteno e da Ultrafarma para diminuir sua dívida líquida. Ao mesmo, porém, não tiraram possíveis novas aquisições da mesa.

Frederico Curado, diretor presidente da Ultrapar, lembrou que a companhia já realizou o pagamento de US$ 600 milhões em bonds vincendos em 2026 e em 2029, utilizando o US$ 1,2 bilhão pago pela Indorama pela Oxíteno, depositados em abril. “Era o nosso maior gasto com dívidas”, explicou.

Segundo ele, o restante do capital proveniente da venda foi utilizado para recompor o caixa da companhia e, no futuro, também deve ser direcionado para a amortização de dívidas.

Marcos Lutz, diretor executivo (CEO) da Ultrapar, defendeu também que o momento atual é “adequado para uma redução de alavancagem”, por conta dos indexadores das taxas de juros – no primeiro trimestre, a Ultrapar viu sua despesas financeiras chegarem a R$ 406 milhões, ante R$ 377 milhões no mesmo período do ano passado, reflexo, segundo a própria holding da elevação do CDI sobre o maior saldo médio da dívida líquida.

Os executivos da companhia, contudo, não descartam que o capital levantado com as vendas sejam utilizado para realizar operações que foquem no crescimento inorgânico. Além dos US$ 1,3 bilhão da venda da Oxíteno, a Ultrapar tem mais duas parcelas a receber da venda da Extrafarma.

“O resto das alocações serão feitas observando o capital investido e a taxa de retorno. Olhamos oportunidades não orgânicas, de tamanho menor no primeiro momento, e prometemos muita disciplina”, comentou Lutz. “Por enquanto, não prometemos nenhum target“.

Ao serem indagados sobre dividendos, os executivos da Ultrapar afirmaram que as distribuições também dependerão da avaliação de oportunidades e, mais do que isso, do fluxo de caixa.

No primeiro trimestre, este fluxo foi impactado por um gasto maior com capital de giro – a Rede Ipiranga, apesar de ter registrado um ganho com estoque, também gastou R$ 1,8 bilhão para adquirir produtos, ante R$ 128 milhões um ano antes, em função do salto dos preços dos combustíveis e do gás liquefeito de petróleo (GLP).

Segundo os executivos, esse número foi visto como negativo mas se trata de algo totalmente dependente dos preços cobrados pelas refinarias. “Se os preços ficarem estáveis o capital de giro fica estável”, comentou Curado.

Ultrapar destaca bom resultado da Ipiranga

Durante a teleconferência, os executivos da Ultrapar destacaram a boa performance da Ipiranga no trimestre e defenderam que a companhia vem mostrando resiliência em suas margens…..saiba mais em InfoMoney 12/05/2022