Unicórnio da era das corretoras digitais, a americana Webull prepara o lançamento da operação no Brasil. A fintech adquiriu a corretora brasileira H.H. Picchioni para obter as licenças e aguarda a aprovação do Banco Central para a conclusão do negócio, mas já é possível baixar uma versão brasileira do aplicativo. Pela plataforma, será possível comprar ações em dólar na bolsa americana — e futuramente em outros mercados internacionais.

A demanda na região veio de forma orgânica: a Webull já registrava cerca de 20 mil usuários no Brasil, onde o aplicativo vem funcionando, por enquanto, como uma plataforma de research, ao oferecer informações de cotação e contextos de mercado, e ainda como rede social, reunindo uma comunidade de investidores. Nessa modalidade, a fintech registra downloads em mais de 180 países.

Como home broker, no entanto, tem operação apenas em 12 nações, incluindo o México, onde chegou em dezembro do ano passado, também adquirindo um player com operação local. Por aqui, a Webull terá escritório na Faria Lima e um time local dedicado.

Unicórnio Webull compra corretora H.H. Picchioni
Webull

Para tocar a operação na América Latina, a Webull contratou Ruben Guerrero, um dominicano criado em Nova York com 20 anos de experiência no mercado financeiro. Depois de trabalhar para o Goldman Sachs, o executivo cofundou a Sproutfi, de educação financeira e investimentos para o público jovem, numa tentativa de ficar mais próximo do varejo.

Na Webull, o público não é muito diferente. “Nosso cliente é tipicamente mais jovem, está começando a investir agora ou até tem algum conhecimento, mas está aprendendo”, diz Guerrero. “Hoje, no Brasil, são só quatro milhões de pessoas na bolsa, há muita oportunidade de criar mercado. A gente quer estar em uma posição dominante nos próximos anos, entre as cinco maiores no país.”

A tarefa pode não ser tão simples, já que além de bancos que apostam no investidor do varejo, como o BTG, e corretoras como XP, Guide e Órama, a Webull terá de enfrentar players locais que cresceram nos últimos anos com a oferta de investimentos no exterior, caso da Avenue, por exemplo. Um dos esforços para ganhar uma fatia desse mercado é remunerar quem chega: os correntistas da plataforma recebem 5% ao ano. A taxa, porém, está abaixo do CDI oferecido por várias fintechs brasileiras…. leia mais em Pipeline 06/02/2024