Enquanto aguarda para saber se terá ou não o contrato renovado como CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo acaba de acertar uma aquisição para a mineradora, algo que não ocorria desde 2021. A empresa comprou 15% de um dos negócios da britânica Anglo American no Brasil, o complexo Minas-Rio, ativo que tem potencial para produzir até 31 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e gerou Ebitda de US$ 1,4 bilhão em 2023.

A companhia está desembolsando US$ 157,5 milhões na transação, mas o valor final está sujeito a variações do preço de minério ao ferro pelos próximos quatro anos, podendo passar por ajustes caso a cotação fique acima de US$ 100 por tonelada ou abaixo de US$ 80 nesse período.

Bartolomeo já havia indicado que aquisições estavam no radar da Vale, com uma agenda focada nos chamados metais de transição, depois de ter iniciado uma reorganização das suas operações em 2022. Segundo ele, o objetivo do acordo com a Anglo American é “apoiar a demanda crescente por minério de ferro de alta qualidade à medida que nossos clientes aceleram suas transições para uma siderurgia com baixa emissão de carbono.”

Vale compra 15% de ativo da Anglo American no Brasil

A transação está sendo anunciada no mesmo dia em que o conselho da Vale se reúne para aprovar os resultados de 2023. A sucessão do CEO, embora não esteja oficialmente na pauta, pode ser discutida pelos conselheiros, segundo informações do Valor. Bartolomeo está no comando da companhia desde 2019 e tem mandato até maio.

O acordo costurado com a Anglo American também prevê a opção de a Vale comprar mais 15% do negócio caso alguns eventos se concretizem, como o recebimento de licença ambiental necessária para execução de um plano de expansão que já tenha passado por estudos de viabilidade.

Independentemente disso, a Anglo American continua a controlar, gerenciar e operar a Minas-Rio, focada na produção de pellet feed (minério com alto teor de ferro e baixa impureza). Como parte do acordo, a Vale vai contribuir na operação com minério de ferro que sairá do seu da depósito da Serra da Serpentina, que é contínuo ao complexo Minas-Rio e possui cerca de 4,3 bilhões de toneladas.

“A combinação dos dois recursos oferece consideráveis oportunidades de expansão, incluindo o potencial para duplicar a produção, que Anglo American e Vale avaliarão nos termos da transação”, afirma a mineradora brasileira…. leia mais em Pipeline 22/02/2024