A Vero Internet, provedora de banda larga que começou a ser construída há quase quatro anos pela Vinci Partners, acaba de entrar no Centro-Oeste. Num fato relevante divulgado nesta manhã, a companhia anunciou a aquisição da Fixtell, marcando o 18º M&A desde que a empresa foi criada pela firma de private equity.

A Fixtell é relativamente pequena para o porte da Vero, mas leva a companhia para uma região pujante e de crescimento populacional — Brasília e seus arredores, incluindo Valparaíso do Goiás, Luziânia e Novo Gama. Com um faturamento previsto de R$ 50 milhões em 2023, a Fixtell atende 36 mil clientes. Antes da compra, a Vero só atuava em Minas Gerais e na região Sul.

De imediato, a aquisição fará a Vero passar de 770 mil clientes, o que a torna maior que provedoras regionais listadas como Desktop (749 mil) e Unifique (600 mil), mas ainda menor que a cearense Brisanet (mais de 1 milhão de clientes). Em receita, a Vero deve fechar o ano com mais de R$ 700 milhões.

Vero entra no Centro-Oeste com M&A

“A Fixtell tem um potencial tremendo para adicionar assinantes”, disse o CEO da Vero, Fabiano Ferreira, ao Pipeline. A companhia goiana está diante de um mercado endereçável de 1,4 milhão de clientes, entre residências e empresas. O valor da aquisição não foi divulgado.

Ao mesmo tempo em que prepara a integração da Fixtell, a Vero mantém uma intensa agenda de aquisições no radar. “O nosso pipeline de M&As continua bastante robusto e inclui empresas em regiões onde já atuamos e também regiões onde ainda não”, disse Ferreira.

Para financiar as últimas aquisições, a Vero aproveitou a debênture de R$ 350 milhões captada no fim do ano passado com o Itaú. Agora, boa parte desses recursos já foi usada, o que faz a companhia avaliar diversas alternativas de funding para continuar com o ritmo acelerado de crescimento (no acumulado do ano até setembro, a receita cresceu 70%).

A Vero pode usar tanto os mercados de dívida ou equity. Uma das hipóteses é emitir uma debênture incentivada, aproveitando a autorização do Ministério das Comunicações para que a companhia capte R$ 1,1 bilhão nesse tipo de instrumento. “A companhia está estudando seriamente aproveitar essa autorização no próximo ano. É uma dívida mais saudável, de longo prazo, com incentivo e taxas atrativas”.

Nas alternativas de equity, Ferreira não descarta um IPO (embora isso dependa das condições do mercado, o que já fez a companhia desistir da oferta no ano passado) e tampouco a atração de outro sócio privado. “Conversamos constantemente com o mercado para, quem sabe, ter outros fundos fazendo parte da estrutura de capital”.

A venda da infraestrutura de fibra óptica da companhia também chegou a ser aventada no mercado — até pelo movimento de concorrentes como a Alloha —, mas Ferreira descarta essa opção no curto prazo. “Neste momento, não entendemos que seria o melhor caminho de geração de valor”, argumentou, citando que a atual composição dos ativos (o que incluiu a infraestrutura) ajuda a Vero a ter o melhor ROIC da indústria (quase 28%)… leia mais em Pipeline 22/12/2022