Vodafone Group Plc e CK Hutchison Holdings Ltd. concordaram em unir seus negócios de telefonia móvel no Reino Unido em um acordo que criará a maior empresa sem fio do país, caso seja aprovada pelos reguladores.

A Vodafone terá 51% da nova empresa e o conglomerado CK Hutchison, com sede em Hong Kong, controlará o restante, disseram as empresas em comunicado divulgado na quarta-feira. A Vodafone terá o direito de adquirir todo o negócio resultante da fusão após três anos, se atingir um valor de pelo menos 16,5 bilhões de libras (US$ 20,9 bilhões), incluindo dívidas. As empresas esperam fechar o negócio antes do final de 2024.

A aquisição, que ocorre mais de um ano depois que a Bloomberg divulgou pela primeira vez as negociações, combinará as duas menores das quatro operadoras móveis do Reino Unido, eliminando um concorrente e criando uma nova operadora dominante em receita de serviços móveis. A indústria tem lutado com retornos estagnados nos últimos anos, com lançamentos de 5G diminuindo os lucros. O negócio combinado investirá 11 bilhões de libras ao longo de uma década para criar uma rede móvel 5G autônoma, disseram as empresas.

Em vez de contribuir com dinheiro, a Vodafone e a unidade local da CK Hutchison, a Three UK, concordaram em assumir uma dívida de 6 bilhões de libras. A Vodafone ficará com 4,3 bilhões de libras e a Three UK com 1,7 bilhão de libras, que serão refinanciadas, disseram as empresas.

Vodafone e Three se unem para criar a maior rede móvel do Reino Unido

“Para a Vodafone, esta transação é uma virada de jogo em nosso mercado doméstico”, disse a CEO da Vodafone, Margherita Della Valle. “Este é um voto de confiança no Reino Unido e em suas ambições de ser um centro de tecnologia futura.”

O acordo ainda precisa ser aprovado e a transação agora entrará em meses de tensa revisão regulatória. O regulador rejeitou uma proposta semelhante que teria combinado Three com O2 em 2016. Em uma decisão antes de o Reino Unido deixar a União Europeia, a UE bloqueou o acordo por motivos antitruste em um caso em andamento que já foi contestado nos tribunais.

A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) disse na quarta-feira que revisará o acordo.

“A fusão acordada da Vodafone de sua unidade do Reino Unido com a Three (Hutchison) muda o foco para a revisão antitruste, que acreditamos ter maiores chances de aprovação em relação ao passado, dado o reconhecimento do regulador de telecomunicações (Ofcom, na sigla em inglês) de que essas operadoras obtêm retornos abaixo de seu custo de capital. As partes preveem um valor presente líquido de sinergias de custos de 7 bilhões de libras, o que nos parece alto, porque pressupõe uma economia anual de 11% dos custos totais de caixa, acima da média de 7% dos negócios de referência. O acordo é neutro para a Vodafone”, diz Erhan Gurses e John Davies, analistas de mídia e telecomunicações de BI… leia mais em Valor Econômico 14/06/2023