Com recursos do fundo soberano de Cingapura, a fintech Warren acirra a competição das plataformas de investimentos e se prepara para dobrar os ativos sob custódia para R$ 12 bilhões até o fim de 2021. O fundador e CEO Tito Gusmão explica os planos ao NeoFeed

A Warren conta com 200 mil clientes e quer chegar a 300 mil até o fim de 2021Warren recebe aporteEm mais um lance que mostra o quão aquecido está o interesse dos investidores por plataformas de investimentos no mercado brasileiro, o GIC, fundo soberano de Cingapura, está liderando um aporte de R$ 300 milhões na Warren, fintech fundada por Marcelo Maisonnave, Tito Gusmão, André Gusmão, Rodrigo Grundig, Kelly Gusmão, Pedro Englert e o Eduardo Glitz.

O valor da rodada série C representa o dobro do capital que a Warren recebeu até hoje (R$ 150 milhões). Os fundos Ribbit Capital, Kaszek, Chromo Invest, QED, Meli Fund (do Mercado Livre) e Quartz (de José Galló, ex-CEO da Renner) também participaram do aporte.

A Warren vai usar o dinheiro para tentar dobrar o volume de ativos sob custódia e crescer em 50% o número de clientes. Hoje, ela tem R$ 6 bilhões de ativos sob custódia e 200 mil clientes. A meta é chegar a R$ 12 bilhões e 300 mil até o fim de 2021.

“Começamos a negociar esse aporte há três meses”, diz Tito Gusmão, que também é o CEO da Warren, ao NeoFeed. “O mercado está aquecido por conta das baixas taxas de juros ao redor do mundo. Mas, obviamente, você tem de fazer a lição casa.”

O GIC, que já investiu em Nubank, Loft, Algar, Sankhya e Hotmart no Brasil, está apostando em uma startup que adota um modelo que, em vez de comissões, cobra um fee fixo do cliente, prática chamada por alguns como de “indústria 3.0 dos investimentos”.

“Copiar o modelo das atuais corretoras seria mais fácil, mas estamos aqui para, no longo prazo, criar o carro elétrico”, diz o CEO da Warren, em uma referência a transição que acontece na indústria automobilística dos veículos à combustão aos movidos à eletricidade – no caso, a metáfora é das corretoras que cobram comissão àquelas que optam pelo fee.

Com o caixa cheio, o plano da Warren é aumentar o número de funcionários de 400 para 600 – a maioria será contratada para a área de tecnologia. A corretora vai também investir pesado em marketing. “Precisamos fazer barulho”, diz Gusmão.

Outro projeto é crescer o número de consultores de investimentos da plataforma Warren for Business, braço da Warren voltado para profissionais do mercado financeiro, que deve passar dos atuais 340 para 500. “Com eles, vamos desenvolver o plano de bilhão”, afirma Gusmão. “Queremos que eles cheguem ao seu primeiro bilhão de reais sob custódia.”

Fusões e aquisições estão também na mira da Warren com o aporte. O alvo, de acordo com Gusmão, serão empresas que vão acelerar o crescimento da base de clientes e startups que possam agregar recursos à plataforma da corretora. “Nos próximos dois meses devemos anunciar até três M&As”, diz Gusmão.

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Fundada em 2017 por ex-XPs – Maisonnave foi um dos fundadores da XP ao lado de Guilherme Benchimol – a Warren adotou um modelo que, na visão de seus executivos, elimina os conflitos de interesses embutidos na distribuição de produtos de investimentos, que pagam comissões e estabelecem metas de desempenho…. Leia mais em neofeed 28/04/2021