A consultoria de inovação ACE Cortex lança nesta quinta-feira (23/3) o relatório Corporações e Startups, criado a partir da pesquisa ACE Innovation Survey que avaliou o ecossistema de inovação no Brasil do ponto de vista de corporate venture capital e M&As. Um dos destaques do estudo é o dado que indica que 80% das médias e grandes empresas entrevistadas pretendem investir em startups ainda no primeiro semestre de 2023.

O relatório também mostra que seis em cada dez executivos entrevistados (60,15%) afirmaram que as empresas trabalham com parceiros para trazer mais inovação, sendo que 79,69% são startups, que atum como fornecedoras ou impulsionadoras de projetos.

As parcerias são motivadas, principalmente, pela busca por soluções rápidas para os negócios junto aos clientes (62,6%) e para trazer novas linhas de receita (43,9%). No levantamento realizado em 2021, esses objetivos representavam 48,6% e 28%, respectivamente.

80% das médias e grandes empresas pretendem investir em startups

Realizado com 128 profissionais de média e alta liderança (ocupantes de cargos de C-Level, diretor, gerentes e coordenadores) no fim de 2022, o relatório utilizou como recorte empresas de mais de 20 setores, com faturamento anual entre R$ 5 milhões e R$ 10 bilhões.

Dos entrevistados, mais da metade (54,9%) afirmou possuir um departamento interno responsável por encontrar startups para firmar parcerias, e 51,2% indicou que o capital para trabalhar com empresas de base tecnológica vem do orçamento da área de inovação. Apenas 28,5% declarou que opera um fundo próprio. “Percebemos a diminuição na contratação de consultorias e o aumento da relevância de departamentos internos ou da contratação de pessoas para exercer esse papel [de contato com startups], o que demonstra a importância dessa atividade para as empresas”, pontua Amanda Coutinho, head de Corporate Venture Capital da ACE Cortex.

Sobre o contato com as startups, 27,34% dos entrevistados disseram não ter dificuldade no relacionamento. Entre as empresas que afirmaram passar por atritos, os principais gargalos indicados são da área jurídica (16,41%) e de compliance (13,28%). Os números também mostram que os resultados têm sido positivos para as participantes: mais da metade (57%) afirmou que os programas desenvolvidos com startups tiveram resultados excelentes ou satisfatórios. Apenas 11,7% declararam que os objetivos não se alinharam e as startups pouco se conectaram com as empresas.

Em relação às operações de M&A, a maioria das empresas (57,89%) ouvidas pelo levantamento disse que realizou ao menos uma aquisição ao longo de 2022 — porém, apenas uma em cada cinco corporações (22,65%) adquiriram startups. Segundo o estudo, isso constata que as aquisições acontecem pelos motivos tradicionais e não para acelerar a inovação dentro das empresas.

A principal razão apontada para a aquisição de startups é trazer novas linhas de receitas, entrar em segmentos de mercado ou testar modelos de negócio (44,7%), seguido por aumento ou diversificação no portfólio (42,1%). Os tipos de tese que mais interessam às empresas entrevistadas são B2C (39,47%), gestão (34,21%) e vendas (34,21%)… leia mais em PEGN 23/03/2023