Em seis meses do ano, a empresa de cibersegurança Asper faturou em 2023 o mesmo valor que levou todo o ano de 2022 para fazer, R$ 120 milhões. A startup vem colocando em prática uma expressão que ganhou as redes sociais: é chegar na meta e dobrar a meta.

O ritmo de crescimento em 100% tem sido uma constante para a empresa desde 2020, quando pivotou o modelo de atuação sob o qual foi fundada em 2015. A evolução da Asper foi atestada no ranking EXAME Negócios em Expansão 2023. A marca ficou na 18ª posição na categoria R$ 30 milhões a R$ 150 milhões, quando considerada a receita líquida.

Brasiliense, a Asper nasceu com uma proposta clássica para quem é da capital do país: atender órgãos públicos. Na lista de serviços, trabalhar com big data, analisando e catalogando imensos volumes de dados para entidades do Poder Judiciário como o Supremo Tribunal Federal (STF), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tribunais de Justiça, o principal mercado à época e que representou boa parte do faturamento de R$ 18 milhões  em 2019.

Quais foram as mudanças implementadas pela asper em seu novo modelo de negócios

Na virada de 2019 para 2020, a empresa seguiu por um novo rumo, acreditando no potencial do mercado de cibersegurança. O momento casou com o boom de demanda impulsionado pela pandemia de covid-19. Com a digitalização acelerada das empresas, o número de ataques digitais aumentaram e as companhias precisaram de ajuda.

“Todo mundo teve de ir para o ambiente digital, por vezes sem a maturidade e a robustez tecnológicas necessárias. E o que ia ser feito em três, cinco anos, teve que ser feito em meses”, afirma Arthur Gonçalves, fundador e CEO da Asper. O executivo empreende desde os 18 anos, quando largou a faculdade de marketing e, junto a amigos, enveredou pelo mercado de tecnologia, ocupando posições mais comerciais.

O novo cenário potencializou os resultados da empresa, e ainda em 2021 a Asper comprou duas startups, a VisionSet (RJ) e Aspectu (SC), ampliando as tecnologias, o número de clientes e a presença territorial. A empresa também trocou de sede, de Brasília para São Paulo. A complementaridade de ações trouxe um novo perfil de quem usa os serviços da startup….

IPO OU SPAC: QUAL É O FUTURO DA EMPRESA

Passada a correria das empresas pela adoção da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no ano passado, a startup tem percebido a migração das demandas. O mercado de identidade, envolvendo as credenciais e acessos dos funcionários aos sistemas, despontou nos últimos meses.

“Observamos uma forte demanda do mercado de cibersegurança por soluções que previnam e gerenciem a credencial dos usuários internos das organizações”, diz. A ação tenta fechar brechas e evitar vazamento de dados, casos que têm sido noticiados cada vez com mais frequência pelo mundo.

A demanda em alta deve fazer com que a empresa mantenha o ritmo de crescimento e feche 2023 com R$ 240 milhões. No caminho projetado por Gonçalves, a Asper deve faturar em torno de R$ 400 milhões em 2024, valor que abrirá novas perspectivas para o negócio.

“A partir de 2025, a gente precisa fazer um movimento de acessar mesmo o mercado de capitais, seja com uma Companhia com Propósito Especial de Aquisição (Spac), seja um IPO na Nasdaq, para ter capacidade de consolidar a nossa participação”, afirma.

A entrada de capital é para financiar o crescimento inorgânico, com a aquisição de startups de pequeno e médio portes. Nos últimos anos, gigantes de tecnologia como as consultorias conhecidas como Big Four e outras empresas como a Stefanini têm reforçado as suas posições em ativos de cibersegurança com a criação de áreas e compras. A tese da Asper representa ao mesmo tempo um ataque e um movimento de defesa em um setor cada vez mais competitivo…Leia mais em Imparcial News 04/08/2023