Processos de recuperação judicial de grandes empresas, crise econômica que leva à inadimplência, discussões sobre os precatórios, entre outras questões, são processos que chamam a atenção para uma categoria específica de fundos: os que investem exatamente nesses “problemas”, os chamados fundos de distressed assets.

Enquanto muitos veem nessas notícias apenas dificuldades, esses fundos enxergam oportunidades de ganhos, com riscos geralmente maiores dos que os dos ativos mais ortodoxos, é verdade, mas com retornos que podem compensar, para o investidor, essa maior ousadia.

A categoria, também conhecida como “de situações especiais” ou de “ativos estressados”, investe em uma infinidade de tipos de ativos, mas sempre naqueles que têm algum potencial de “compra” de um problema com descontos significativos. Adquiridos os ativos problemáticos, os fundos têm um tempo – em geral, seis anos – para endereçar a questão e devolver um retorno positivo para os cotistas.

Os investimentos são tão diversos quanto carteiras de créditos inadimplidos que os bancos consideram quase perdidos até imóveis enrolados em inventários não completados, passando por precatórios federais, financiamento de empresas em dificuldades momentâneas e direitos em disputas judiciais ou arbitrais.

Ativos ‘distressed’ compram problemas para gerar retorno
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Para o investidor, os riscos são proporcionais ao grau de dificuldade de recuperação do ativo. Até por isso, a maior parte dos fundos distressed no Brasil fica restrita a investidores profissionais, os que têm pelo menos R$ 10 milhões aplicados no mercado financeiro.

Quem investe num fundo distressed deve estar disposto a deixar o dinheiro aplicado por anos, durante todo o período de duração do fundo. Ou seja, trata-se de um investimento ilíquido, interessante apenas para o investidor que já tiver um portfólio com ativos de maior liquidez para poder resgatar quando achar necessário…. leia mais em Valor Econômico 30/05/2023