Os credores da Elisa Agro estão liderando conversas com investidores estratégicos para venda da empresa. Há cinco potenciais compradores avaliando a companhia de agricultura irrigada, apurou o Pipeline, entre eles a BrasilAgro.

Controlada pela família Mitre (que também detém a Mitre Realty), a Elisa Agro entrou com pedido de recuperação judicial no início de fevereiro com uma dívida de R$ 665 milhões, sendo R$ 327 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Entre os maiores credores bancários estão Bradesco, Santander e ABC.

Fundada em 2016, a companhia (anteriormente chamada Mitre Agro) concentra operações no Vale do Araguaia, em Goiás, voltada para a produção de feijão, milho, algodão e principalmente soja. A companhia tomou dívida para financiar os investimentos em agricultura irrigada, na qual é uma das maiores do Brasil.

Com a pandemia, houve atraso na entrega de equipamentos, que levaram à postergação da geração de receita do projeto. O cenário de alta de do custo de insumos com a guerra na Ucrânia, subida de juros e queda do preço de grãos agravou a situação financeira da companhia, que adiou o pagamento de juros dos CRAs, previsto para novembro passado. O grupo contratou a Alvarez & Marsal para a reestruturação e a One Partners para ajudar a encontrar interessados.

Os acionistas venderam cerca de 10% da incorporadora Mitre para desvincular as ações da incorporadora dadas em garantia de dívidas bancárias. Fabrício Mitre e a mãe, Maria Elisa Marcondes Mitre, pediram recuperação judicial na pessoa física e eram avalistas dos CRAs.

A negociação com potenciais investidores envolve a transferência da dívida, com possível desconto. “Acho difícil conseguir um valor de venda que sobre dinheiro para a família”, disse uma fonte próxima ao assunto. Os acionistas podem vender as ações que estão desembaraçadas também na transação.

O processo de venda está caminhando para proposta firmes de aquisição, o que poderá acontecer já em abril. Até lá, a BrasilAgro vai decidir se segue na disputa – procurada, a empresa diz que não comenta especulações de mercado… leia mais em Pipeline 02/04/2024