Banco de investimento diz que união de forças poderia contribuir para expansão dos negócios para fora do estado de São Paulo; instituição também aponta possível investida da Unifique na região Sul.

Confiantes em um eventual processo de consolidação dos provedores de serviço de internet (ISPs), analistas do banco BTG Pactual veem sinergia para uma fusão entre a Desktop e a Americanet.

Em um relatório sobre o setor de telecomunicações divulgado nesta sexta-feira, 5, a instituição financeira, que já havia apontado a Desktop como a sua principal escolha para investimentos entre os ISPs, destacou que a provedora paulista poderia procurar uma concorrente no estado de São Paulo ou em território adjacente para continuar crescendo.

O banco cita a Algar e a Ligga, mas ressalta que a Desktop tem mais convergência com a Americanet.

“A Americanet parece ter a operação mais sinérgica, na nossa visão”, diz o banco, em trecho do relatório. “Uma possível fusão não apenas expandiria muito a base de assinantes da empresa combinada, atingindo 1,5 milhão e se consolidando como o ISP nº 1 do Brasil, mas também abriria uma avenida de crescimento para expansão em Mato Grosso do Sul e Goiás. O novo provedor também teria uma presença mais forte no sul de Minas Gerais, facilitando a expansão dentro do estado”, avalia a instituição.

Entre os ISPs, a Desktop é líder no território paulista, com mais de 954,8 mil conexões de banda larga. A Americanet aparece em segundo lugar, mas com menos da metade do número de clientes (447,5 mil).

Recentemente, a Desktop concluiu a compra do controle da Fasternet, cuja aquisição teve o objetivo de expandir as operações no estado paulista.

Consolidações de mercado

No relatório, o BTG também aponta que a Unifique, líder na região Sul, poderia encaminhar uma fusão com outro provedor dessa parte do País. O banco de investimento menciona a Mhnet Telecom, a Ligga e a Vero Internet.

“Enquanto a Mhnet parece ser a melhor operação complementar, a Unifique já tem um acordo de compartilhamento de rede com a Ligga (no que diz respeito ao espectro 5G), o que poderia facilitar as negociações”, analisa o banco.

Segundo o BTG, o mercado de ISP tem três fases. No primeiro momento, os grandes ISPs compram os provedores menores. Em seguida, há uma consolidação entre os líderes desse mercado. Por fim, o setor é consolidado pelas grandes teles.

“Atualmente, estamos testemunhando a primeira fase, com ISPs mais estruturados comprando operações menores, e acreditamos que a segunda fase não vai demorar”, diz o banco.

No caso da Brisanet, o BTG descarta qualquer fusão, tendo em vista que a administração da empresa já reiterou o desejo de crescer organicamente… Leia mais em telesintese 05/05/2023