O volume de fusões e aquisições (M&A) no Nordeste foi 24% menor em 2023, em comparação a 2022, e 32% abaixo do registrado em 2021, segundo levantamento da Deloitte com base nos dados da plataforma Transactional Track Record (TTR). Mas a expectativa para 2024 é bem melhor, segundo consultores ouvidos pelo Movimento Econômico.

David Holanda, sócio de financial advisory da Deloitte, explica que as incertezas no cenário macroeconômico, as taxas de juros elevadas e as tensões geopolíticas frearam as transações. “No Brasil, um dos principais fatores foi a Selic”, sustenta.

Para Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, 2024 pode trazer não só uma recuperação no cenário de fusões e aquisições, como também no de IPO, com muitas empresas retomando à listagem na bolsa para fazer abertura de capital e follow on (oferta subsequente de ações).

Quando os juros estão altos, os investidores tendem a buscar opções mais seguras, como investimentos em renda fixa, diminuindo as transações de M&A. A queda de juros já observada no Brasil tende a impulsionar o mercado, conforme analisa Edvaldo Martins, especialista em M&A da Share Capital. Para ele outro fator de estímulo é a aprovação da reforma tributária, “que tem sido bem vista no exterior”.

Cenário econômico deve impulsionar fusões e aquisições

Cenário em 2023

Em 2021, a região foi alvo de 216 operações de M&A e, em 2022, de 193. Já em 2023, o Nordeste registrou 146 transações de M&A e 73% delas concentradas em três estados – Bahia, Ceará e Pernambuco – que seguem como principais focos para os investimentos. Apesar dessa liderança, Rio Grande do Norte e Maranhão tiveram operações significativas no ano passado.

Setores de destaque

Os setores que mais se destacaram, no ano passado no Nordeste, conforme a Deloitte, foram energia (27%) e tecnologia (22%), seguidos por saúde e financeiro (empatados com 6%). No Brasil, os setores que mais atraíram investimentos foram tecnologia (33%), financeiro (20%) e imobiliário (12%)... leia mais em Folha de Pernambuco 06/02/2024